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ID
83707
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O período governamental de Juscelino Kubitschek (1956 - 1 9 6 1) optou por atender " às demandas do moderno desenvolvimento", com nívei s relativamente baixos de endividamento e de inflação. Seus projetos de apoio à indústria de bens de consumo e ao i ncremento da infraestrutura econômica de que o país carecia se viabilizaram, em larga medida, pelo apoio recebido do Banco Mundi al e p e l a extrema liberalidade com que foi tratado pelo Fund o Monetário Internacional

Alternativas
Comentários
  • Não foram nada baixos os níveis de endividamento e de inflação no período; tampouco recebeu apoio e não contou com liberalidade do FMI. JK rompe com o FMI.


  • ERRADA

    Além do citado, adiciono

    "níveis relativamente baixos de endividamento e de inflação"

    Segundo IGP a inflação média anual foi de 24,7% no quadriênio (56-60). Dívida Externa saltou de 0,4bi (51/55) para 1,9b.

    "Seus projetos de apoio à indústria de bens de consumo e ao incremento da infraestrutura econômica de que o país carecia se viabilizaram"

    Em relação ao Plano de Metas, este teve os seguintes resultados alcançados originalmente - total previsto 100% : Ferrovias (32%), Refino de Petróleo 26%, Energia Elétrica 82%, Carvão 23%, Carros e Caminhões 78%. A malhava rodoviária esta aumento além das expectativas em 138% (17.000 km)




  • Rompimento com o FMI

     

    No início de 1958, o governo Kubitschek aguardava resposta para um pedido de empréstimo externo no valor de 200 milhões de dólares. Em março, missão do Fundo Monetário Internacional esteve no Rio de Janeiro e condicionou a liberação do dinheiro à adoção de um pacote de medidas antiinflacionárias. A inflação deveria ficar em 6% ao ano, no máximo. O governo teria que adotar uma taxa única de câmbio, abolir os incentivos aos agricultores e restringir salários.

     

    Na tentativa de atender às exigências do FMI, em outubro o presidente trocou José Maria Alkmin por Lucas Lopes no ministério da Fazenda. Mas o Plano de Estabilização Monetária (PEM) aplicado pelo novo ministro não funcionou: a estabilização pretendida fatalmente comprometeria os planos do governo e retardaria a construção de Brasília. Por isso, em junho de 1959 Juscelino Kubitschek rompeu ruidosamente com o FMI. Multidões formaram-se diante do Palácio do Catete para apoiar a decisão do presidente.

     

    O impasse encontraria solução em fevereiro de 1960, quando, em visita ao Brasil, o presidente americano, Dwight Eisenhower, perguntou a JK se haveria interesse em reatar, em novas bases, com o FMI. Assim foi feito, e em maio o FMI concedia um vultoso empréstimo ao Brasil.



    ( http://www.projetomemoria.art.br/JK/verbetes/fmi.html )

     

  • Errado

    "O quadro de constrangimentos externos representava difícil desafo ao desenvolvimento. O comércio exterior, longe de ser um fator dinâmico, como começava a ocorrer em outros países, sofria de estagnação ou declínio. As perspectivas do principal produto de exportação, o café, não permitiam esperança de melhora. Créditos ofciais em condições favoráveis continuavam escassos, e os do Banco Mundial permaneciam fora do alcance do Brasil. Em 1954, a dívida externa atingira US$ 1,32 bilhão, nível 120% superior à média de 1947 a 1951.

    De maneira geral, os resultados impressionam, chegando, em alguns casos, a mais de 100% de execução, como na construção de rodovias, ou acima de 80%, no caso da energia elétrica. Impulsionado pelo programa, o crescimento, que em 1956 não atingira a taxa de expansão populacional (2,9% contra cerca de 3% da taxa demográfca), acelerou-se para a média anual de 9% de 1957 a 1961. Uma das consequências foi o aumento da participação do governo no gasto total, de 19% (1952) para 23,71% (1961), aprofundando o défcit orçamentário. O fnanciamento dos défcits e das despesas do programa em moeda nacional fez-se de modo inflacionário, mediante emissão de papel-moeda: a inflação saltou de cerca de 20% anuais, no começo, para 30% a 35%, no final do governo."

    RICUPERO, Rubens. A diplomacia na construção do Brasil (1750-2016). 1a edição, Rio de Janeiro: Versal, 2017. Parte VIII - O Breve Período da Constituição de 1946: Do Governo Dutra ao Golpe Militar de 1964

  • O período governamental de Juscelino Kubitschek (1956 - 1 9 6 1) optou por atender " às demandas do moderno desenvolvimento", com níveis relativamente baixos de endividamento e de inflação.

    ERRO DE VERMELHO.