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ID
83785
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

A década de 20 do sécu l o passado assinalou o acirramento d a crise que levou a República Velha ao fim. Além d as cisões interoligárquicas, de que a p rópria Aliança Liberal seria símbolo, movimentos sociais - mesmo aqueles carentes de organicidade e de coesão doutrinária - emergem na contestação às deterioradas estruturas vigentes no país, como foi o caso do tenentismo que o texto menciona.

Alternativas
Comentários
  • O tenentismo, as revoltas messiânicas, imigrantes revoltosos, início dos sindicatos, quebra do café-com-leite, entre outros.
  • A Aliança Liberal foi criada em 1929, por dissidentes dos partidos republicanos regionais, em razão da não indicação de um candidato mineiro à presidencia do Brasil (política do café com leite).

    Em 1929, o presidente paulista Washington Luís contrariou o esquema e indicou um paulista, Júlio Prestes, para sua sucessão. Precisava garantir os interesses financeiros de São Paulo. Descontentes, os políticos de Minas Gerais romperam com o Partido Republicano Paulista (PRP) e firmaram o apoio a candidatura de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Porém, inseguros quanto a uma derrota, procuraram aliar-se a outros estados, principalmente o Rio Grande do Sul. Em 17 de junho de 1929 Antônio Carlos cedeu sua candidatura a Getúlio Vargas. Outros acordos foram feitos com a Paraíba, que indicaria o vice João Pessoa, e o Partido Democrático Paulista, rival do PRP. Em agosto era formalizada a Aliança Liberal (AL). Os líderes do movimento eram Afonso Pena Júnior e Ildefonso Simões Lopes.

     

  • Em resposta ao comentário do Jonatas, é importante lembrar que, embora seja possível afirmar que as greves operárias e as revoltas messiânicas evidenciaram muitas das contradições do modelo sócio-político da República velha, elas não ocorreram na década de 20 (que é a década a que a questão se refere).
    Contestado foi entre 1912 e 1916, Canudos entre 1893 e 1897, as principais greves operárias ocorreream de 1917 a 1919.
    Nessa categoria de revoltas que evidenciam essas contradições poderíamos ainda citar a da Chibata (1910) e a da Vacina(1904).
    Já o tenentismo (18 do forte (1922),1924, Coluna Prestes (1925 a 1927)) e a Aliança Liberal (1929) foram movimentos importantes para a derrocada do regime que de fato se deram na década de 20.
  • O tenentismo pode ser considerado um movimento social? Sempre o relacionei com movimento militar, sem apoio da sociedade.. fiquei confusa com  a parte final da questão.

  • Também fiquei com dúvida em considerar movimento tenentista como social.
  • O Brasil viveu momentos efervescentes na década de 1920, quando se desenvolveu a Semana de Arte Moderna, que inaugurou um novo momento em nossas artes, e quando tivemos também o desenvolvimento do Tenentismo.

    A década de 20 do século passado assinalou o acirramento da crise que levou a República Velha ao fim em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Além das cisões interoligárquicas, de que a própria Aliança Liberal (liderada por Getúlio) seria símbolo, movimentos sociais - mesmo aqueles carentes de organicidade e de coesão doutrinária - emergem na contestação às deterioradas estruturas vigentes no país, como foi o caso do tenentismo.

    Com duração de 1922 a 1927, o TENENTISMO foi um movimento político-militar realizado por jovens oficiais brasileiros, em geral tenentes e capitães (média e baixa patentes), que estavam insatisfeitos com o sistema político do país, especialmente com as práticas impostas pelas oligarquias.

    Resposta: Certo