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Resposta: Letra A
Correta, conforme o texto do livro MEDICINA LEGAL – TEXTO E ATLAS – HIGINO DE CARVALHO HÉRCULES – EDITORA ATHENEU –EDIÇÃO 2005 – PÁG.265. O autor diz textualmente o que a banca examinadora colocou como opção de resposta correta. Sem discussão.
Entretanto, há uma outra opção, no mesmo livro, do mesmo autor, na PÁG. 240/241 onde são apresentadas as características das lesões de saída e, usando apenas o texto existente nas paginas citadas, percebe-se que também está correta, conforme a pergunta feita. Ninguém duvidaria que as características de uma lesão de saída, COM FACILIDADE, permitem a sua distinção com as lesões de entrada. Apresentar alguma exceção, onde as lesões possam ser confundidas, seria tão bizarro, como admitir que em certos casos, a lesão de entrada de um PAF de alta velocidade JAMAIS poderia ser confundida com a entrada de um PAF de baixa velocidade. O raciocínio que permite a generalização para as lesões de entrada, como a banca examinadora fez para dar a opção correta, deve ser o mesmo que permita a generalização para as lesões de saída que, assim, também pode ser admitida como resposta correta. Ou ambas estão corretas, ou ambas estão erradas. E nem precisaria citar que as lesões de saída jamais apresentarão orlas de chamuscamento, tatuagem, boca de mina de Hoffmann, Sinal de Puppe-Werkgaertner, orla de enxugo, entre tantas outras características inerentes à lesão de saída que, portanto, tem propriedades bem definidas.
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RESPOSTA DA BANCA qto aos recursos impetrados pelos candidatos:
As feridas de entrada de projéteis de arma de fogo habitualmente apresentam características bem definidas quanto ao seu aspecto geral, à exceção daquelas atípicas, em que ocorre interposição de anteparos, roupas de textura grossa, ricochete e disparos de distância muito longa ou para o alto, nos quais o projétil pode não penetrar pela ponta. Isso acontece tanto para os projéteis comuns como para aqueles de alta energia. Há descrição na literatura que as feridas de entrada de projéteis de alta energia podem exibir, com frequência, bordas talhadas a pique, com ou sem orla de escoriação e microlacerações radiais no todo ou em parte de sua circunferência. Porém, as lesões de entrada de projéteis de arma de fogo comum poderão igualmente mostrar tais particularidades, na dependência de uma maior velocidade e de elementos intrínsecos do projétil. Logo, a morfologia de uma ferida de entrada não permite distinguir se a mesma foi produzida por projétil de arma de fogo comum ou de alta energia cinética. Já as feridas de saída não possuem qualquer padrão definido de forma, tamanho e aspecto, podendo ser confundidas com lesões atípicas de entrada de projéteis de arma de fogo e até mesmo com aquelas produzidas por outras ações vulnerantes, como contundente e perfurocortante. Com respeito ao tamanho e forma das feridas de saída dos projéteis dotados de alta energia cinética, o fator mais importante é o comprimento do trajeto, sendo maiores quando houver coincidência do plano de saída com o diâmetro máximo da cavidade temporária, gerada pela liberação de energia durante a sua passagem através dos tecidos corporais. A distinção entre as feridas de entrada e de saída de projéteis de arma de fogo não é uma tarefa fácil e muitas vezes requer a análise do trajeto interno no corpo para a sua determinação específica. Referências: 1. DOLINAK, D., MATSHES, E.W., LEW, E.O. Forensic Pathology – Principles and Practice. Oxford, UK: Elsevier, 2005. Cap. 7, ps. 176-180. 2. FÁVERO, F. Medicina Legal. 12ª Ed., Belo Horizonte: Villa Rica, 1991. Terceira Parte, Cap. 12, ps. 316-317. 3. HERCULES, H.C. Medicina Legal – Texto e Atlas. 1ª Ed., São Paulo: Atheneu, 2005. Cap. 14, ps. 235-237; 240-241. 4. HERCULES, H.C. Medicina Legal – Texto e Atlas. 1ª Ed., São Paulo: Atheneu, 2005. Cap. 15, ps. 265 e 269.
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A palavra "comumou" na assertiva A causa confusão!!
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Rodrigo C,
A palavra "comumou" constante da redação da alternativa "a" configurou, apenas, simples erro de digitação.
Veja: "(...) projétil de arma de fogo comum ou de alta energia cinética."
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No tiro encostado a lesão de saída é semelhante a lesão de entrada, normalmente proporcional ao diâmetro do projetil.
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A - "a morfologia de uma ferida de entrada não permite distinguir se a mesma foi produzida por projétil de arma de fogo comum ou de alta energia cinética." Correto. Somente a ferida de saída que é possível tal conclusão.
B - "quanto mais longo for o trajeto de um projétil de arma de fogo dotado de alta energia cinética no interior do corpo de uma pessoa, maior será o tamanho da lesão de saída." Errado, pois isso ocorre geralmente, nem sempre. Acredito que o detalhe está neste ponto.
C - "nas feridas produzidas por entrada de projétil de arma de fogo, a aferição do diâmetro da zona de enxugo determina a distância do atirador em relação à vítima." Errado. A distância é determinada apenas pela zona de chamuscamento, esfumazeamento e tatuagem, com exceção desta última quando o disparo for até 5 cm.
D - "as feridas de saída de projéteis de arma de fogo têm propriedades bem definidas, que permitem a sua fácil distinção em relação às feridas de entrada." Errado, de fato, as feridas de saída de projéteis são facilmente diferenciadas à de entrada. Entretanto, a feridas de saída não apresentam propriedades bem definidas.
E - "as feridas de entrada de projéteis de arma de fogo de alta energia cinética não costumam apresentar formas bizarras na interposição de anteparos." Errado. Seja a de alta energia cinética ou não, ambas apresentam formas bizarras na interposição de anteparos.
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Acredito realmente que a alternativa ¨" A" seja a correta, pois não se pode precisar pela morfologia da ferida( nem de entrada e nem de saída) que o PAF partiu de uma arma comum ou de uma arma alta EC, pois, dependendo DA ESTABILIDADE DO PAF( se vai penetrar de forma contínua e retilínea, se penetrou no corpo tortuosamente após ricochete, se no decorrer do trajeto" no corpo" voltou a adquirir estabilidade e saiu) e esses fatores não estão relacionados ao tipo de arma. Se penetrar estável, formará um orifício de entrada( via de regra) menor que o diâmetro do PAF e menor que o de saída( na maioria dos casos). Mas nada impede que devido a instabilidade da entrada do PAF ele produza uma ferida grande na entrada e depois no decorrer do trajeto, adquira estabilidade e na saída produza uma ferida menor que a de entrada ou vice versa, independente das características da arma.
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Infelizmente, a resposta dada pela Banca como correta trouxe inúmeras controvérsias e, inclusive, a interposição de recurso por parte dos candidatos.
Destaca-se que, na ocasião, a banca manteve a resposta "A" como a letra correta. No entanto, há que se destacar que a Letra "A" apresenta incongruências, uma vez que no âmbito da medicina legal, estipularmos certas afirmações como verdades que não admitem exceções é perigoso e errado.
Vejamos as alternativas:
A) RESPOSTA APRESENTADA PELA BANCA COMO CORRETA. No entanto, entendo que a mesma está INCORRETA, tendo em vista que a literatura apresenta como sendo as principais diferenças entre as lesões dos projéteis de arma de fogo comuns e de alta energia: a) FENÔMENO DA CAVITAÇÃO; b) LESÕES DE ENTRADA E SAÍDA.
Além disso, é importante estabelecer que no estudo das lesões de entrada, simples detalhes podem mudar o cenário, por exemplo, anteparos rígidos e coletes balísticos retém a energia cinética e produzem desfragmentação antecipada, podendo ocasionar lesões atípicas, inclusive de formas bizarras.
B) INCORRETA- Essa alternativa exige o conhecimento do fenômeno conhecido como CAVITAÇÃO. A cavitação apresenta em um determinado ponto do seu trajeto, o maior ponto de amplitude das cavitações temporária e permanente. Caso o orifício de saída coincidisse com a amplitude máxima da cavitação, a lesão de saída seria grande.
Por outro lado, quanto mais tecido tiver para percorrer, maior será a capacidade do projétil de transmitir energia cinética, ocasionando sua desaceleração. Assim, há grande probabilidade de que o orifício de saída seja menor se o tecido tecido terminasse exatamente no ponto de amplitude máxima das cavidades temporárias e permanentes.
C) INCORRETA- A orla de enxugo é a orla de detritos e impurezas que ficam retidas na pele quando o projétil passa por ela. No caso, ela ajuda na determinação do ângulo de incidência do projétil.
D) INCORRETA- Entende-se que o orifício de saída possui interesse secundário, pois não apresenta características próprias. Assim, os chamados "elementos de vizinhança" presentes no orifício de entrada estão ausentes. Em geral, o orifício de saída é mais sangrante do que o de entrada e apresenta bordas evertidas e pedaços de tecidos pendurados. Já nos disparos a distância, no caso de projéteis cilindrocônicos, o orifício de saída linear. Por fim, se o projétil se deforma ou arrasta outros projéteis na trajetória, o orifício de saída será irregular, seja qual for a distância do disparo.
E) INCORRETA- conforme explicação letra A
GABARITO DO PROFESSOR: DEVERIA SER ANULADA POR FALTA DE RESPOSTA
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A letra "B" está errada porque, apesar da distância do trajeto ser o grande determinante do tamanho da lesão de saída de um projétil de alta energia cinética, também temos que considerar a velocidade e a estabilidade do projétil. Portanto, são 3 fatores importantíssimos, não se limitando apenas ao trajeto.
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Alguém sabe dizer por que a alternativa D está errada?
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A posição adotada nas provas do RJ seguem a linha de pensamento do professor Hygino de Carvalho Hercules, o qual entende que a entrada dos tiros de fuzil é semelhante à de armas de projéteis comuns, sendo, portanto, indistinguíveis quanto à sua diferenciação de entrada.
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Milena Rocha
As feridas de saída de projéteis de arma de fogo não possuem propriedades bem definidas, pelo contrário, possuem características opostas, tais como: forma irregular, bordas evertidas (voltadas para fora), diâmetro maior que o de entrada e maior sangramento.
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quanto à letra B-Não é a distância que determina o tamanho da lesão, mas sim, a velocidade!
cuidado com comentários imprudentes.
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FUNCAB sendo FUNCAB, em medicina legal.