-
Questão social
“ (…) o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura (…) o desenvolvimento nesta sociedade redunda uma enorme possibilidade de o homem ter acesso à natureza, à cultura, à ciência, enfim, desenvolver as forças produtivas do trabalho social (…) na sua contra‐face, faz crescer a distância entre a concentração/ acumulação de capital e a produção crescente da miséria, da pauperização que atinge a maioria da população.” (IAMAMOTO, 1998, p. 27 ‐ 28)
-
Assim, apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, re-invenção da vida construída no cotidiano. (..) Dar conta desta dinâmica parece ser um dos grandes desafios do presente, pois permite dar transparência a valores atinentes do gênero humano , que se torna cada vez mais opacos no universo da mercantilização universal e do culto ao individualismo. ( O serviço social na comtenporaneidade: trabalho e formação profissional. pg. 28)
-
O capital financeiro ao subordinar toda a sociedade impõe-se em sua lógica de incessante crescimento, de mercantilização universal. Ele aprofunda desigualdades de toda a natureza e torna paradoxalmente invisível o trabalho vivo que cria a riqueza e os sujeitos que o realizam. Nesse contexto, a “questão social” é mais do que pobreza e desigualdade. Ela expressa a banalização do humano, resultante de indiferença frente à esfera das necessidades das grandes maiorias e dos direitos a elas atinentes. Indiferença ante os destinos de enormes contingentes de homens e mulheres trabalhadores submetidos a uma pobreza produzida historicamente (e, não, naturalmente produzida), universalmente subjugados, abandonados e desprezados, porquanto sobrantes para as necessidades médias do capital.
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto