Condicionantes Estruturais da Proteção Social
1. Lógica Industrial Moderna – O processo de industrialização constitui uma das primeiras condicionalidades estruturais para a emergência do Estado de Bem-Estar Social. Diferentemente dos modos anteriores de produção, a lógica industrial moderna terminou por colocar num mesmo espaço físico uma ampla quantidade de empregados submetida a condições de trabalho e a padrões de vida semelhantes.
2. Democracia de Massa – A partir da lógica industrial orientadora de maiores ganhos de produtividade, houve uma interação significativa de interesses comuns entre a classe operária e a classe média. É nesse parâmetro de ordem mais política que se estabelece um segundo tipo de condicionalidade estrutural que assenta a constituição de regimes políticos da democracia de massa. Com a universalização do voto, superando o estágio da democracia formal, meramente censitária – com votos somente masculinos e apenas para aqueles com posse expressiva de patrimônio e alta renda –, partidos políticos de base operária e de classe média foram organizados, em parte, inclusive, originários da organização de um novo sindicalismo.
3. Sociedade Salarial – Como terceira condicionalidade estrutural na emergência do Estado de Bem-Estar Social, destaca-se a conformação de sociedades salariais nos países centrais, isto é, sociedades constituídas a partir de mercados de trabalho organizados e assalariados, inclusive com intervenção dos Estados. Nesta organização, havia em torno de 8 a 9 empregos assalariados para cada dez pessoas ocupadas, com estatuto próprio de valores e direitos assegurados previamente tanto pelo contrato coletivo de trabalho, definido por negociação direta entre sindicato e empresários, como por direitos estabelecidos por legislação. A partir disso, normas de consumo e padrão de vida superior foram atingidos por distintos segmentos da população trabalhadora, favorecendo uma importante aproximação entre classe média e operária