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ID
938038
Banca
FUNCAB
Órgão
PC-ES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Sobre os Transtornos da Personalidade, marque a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • O portador de um TP têm consciência dos seus deveres e do que é certo ou errado, mas falta-lhe uma consciência moral clara, delineada. São imaturos, não aprendem com as experiências passadas para melhor se orientar no presente, e não conseguem adiar a satisfação imediata de desejos que possam ser profundamente inadequados para o momento. Falta-lhe consciência moral para compreender a repercussão de suas atitudes inadequadas sobre as pessoas e sobre si mesmos, e transfere freqüentemente a culpa para os outros. Enfim, o caracter psicopático.
    Estes aspectos caracteriais podem explicar o abandono do estudo dos TPs pela psiquiatria tradicional por um bom tempo, seja pelas razões apresentadas acima, seja pelos aspectos "operacionais", quais sejam: 1) classe de transtornos que não respondem ao tratamento biológico e que são freqüentemente agressivos; 2) transtornos que não se caracterizam como síndromes clínicos, estando a alteração mais dirigida ao funcionamento interpessoal do que na presença de sintomas psicopatológicos típicos; 3) falta de delimitação diagnóstica, confundindo-se com o campo das neuroses.Há que se considerar, antes de tudo, a diferenciação da personalidade psicopática (o portador de um TP) de uma personalidade neurótica. O psicopata exterioriza o seu conflito, vivido sempre contra os outros e não internamente, como no neurótico; seu transtorno é caracteristicamente egosintônico, contrastando com a egodistonia do neurótico; não têm vivência de insuficiência pessoal ou autocrítica; manifesta um dependência manipulativa e não assumida, ao contrário da dependência terapeuticamente útil (situação de transferência) do neurótico; e, por fim, seus sintomas são aloplásticos e não autoplásticos.

  • Autoplástico e aloplástico: são termos que qualificam dois tipos polares de reação ou de adaptação. O primeiro dá conta de uma modificação interior, ou do organismo, e o segundo de uma modificação do meio circundante. "É num sentido mais especificamente genético que S. Ferenczi fala de adaptação autoplástica. Para ele, trata-se de um método muito primitivo de adaptação, correspondente a uma fase onto e filogenética de desenvolvimento (fase de «protopsique»), em que o organismo só tem influência sobre si mesmo e não realiza mais do que mudanças corporais. Ferenczi relaciona com ele a conversão histérica". LAPLANCHE, J. & PONTALIS, J-B. Vocabulário da psicanálise [Vocabulaire de la Psychanalyse], trad. Pedro Tamen, 3ª ed. Lisboa, 1976, p. 82-83.

  • Os pacientes com transtornos da personalidade apresentam padrões profundamente entranhados, inflexíveis e mal ajustados de relacionamento e percepção do ambiente e de si mesmos.

    Esses indivíduos estão muito mais propensos a recusarem auxílio psiquiátrico ou negar seus problemas do que os indivíduos com transtornos de ansiedade, depressivos ou obsessivo compulsivo. Os sintomas dos transtornos da personalidade são aloplásticos (isto é, capazes de se adaptar e alterar o ambiente externo) e ego-sintônicos (isto é, aceitáveis ao ego); indivíduos com transtorno da personalidade não sentem ansiedade acerca de seu comportamento mal adaptativo. Uma vez que esses indivíduos rotineiramente não percebem a dor causada pelo que a sociedade percebe como sendo seus sintomas, eles frequentemente são considerados como desmotivados para o tratamento e irrecuperáveis.

  • A questão parece estar embasada no artigo “Introdução aos Transtornos de Personalidade", do psiquiatra Fernando Portela Câmara. A seguir trago os trechos do artigo os quais justificam cada assertiva:
     
    A)    CORRETA. O psicopata exterioriza o seu conflito, vivido sempre contra os outros e não internamente, como no neurótico; seu transtorno é caracteristicamente egosintônico, contrastando com a egodistonia do neurótico; não tem vivência de insuficiência pessoal ou autocrítica; manifesta um dependência manipulativa e não assumida, ao contrário da dependência terapeuticamente útil (situação de transferência) do neurótico; e, por fim, seus sintomas são aloplásticos e não autoplásticos.

    B)    CORRETA. No artigo citado, o autor traz a classificação do transtorno de personalidade apresentada no DSM IV: grupo A (paranóides, esquizóides e esquizotípicos, o chamado grupo dos "excêntricos-esquisitos"), grupo B (anti-socias, fronteiriços, histriônicos e narcisísticos, o chamado grupo dos "dramáticos-emocionais-volúveis"), e o Grupo C (evitativos, dependentes e obsessivo-compulsivos, o chamado grupo dos "ansiosos-temerosos"). 

    Porem a assertiva parece se referir a uma nomenclatura de transtornos presente no DSM III e não mais utilizada, conforme figura abaixo: 



    C)    CORRETA. A presença de um transtorno de personalidade num paciente com diagnóstico psiquiátrico no Eixo I é um indicador de agravamento e dificuldade de aderência ao tratamento.

    D)    INCORRETA. O psicopata exterioriza o seu conflito, vivido sempre contra os outros e não internamente, como no neurótico; seu transtorno é caracteristicamente egosintônico, contrastando com a egodistonia do neurótico; não têm vivência de insuficiência pessoal ou autocrítica; manifesta um dependência manipulativa e não assumida, ao contrário da dependência terapeuticamente útil (situação de transferência) do neurótico; e, por fim, seus sintomas são aloplásticos e não autoplásticos.

    E)    CORRETA. O psicopata exterioriza o seu conflito, vivido sempre contra os outros e não internamente, como no neurótico; seu transtorno é caracteristicamente egosintônico, contrastando com a egodistonia do neurótico; não têm vivência de insuficiência pessoal ou autocrítica; manifesta um dependência manipulativa e não assumida, ao contrário da dependência terapeuticamente útil (situação de transferência) do neurótico; e, por fim, seus sintomas são aloplásticos e não autoplásticos.

    O artigo pode ser acessado na íntegra em: http://www.polbr.med.br/ano01/artigo0901_a.php
     

    GABARITO: D