Alternativas
O romance revela a oposição e o contraste entre os dois espaços da narrativa, o cortiço e o sobrado, e a disputa gananciosa que se estabelece entre João Romão e Miranda.
No cortiço há uma infinidade de tipos, espécie de sínteses sociais com que o autor procurou estabelecer a ponte entre os seres de ficção e a realidade. Por isso, o romance trata dominantemente da historia de personagens, em sua individualidade, em detrimento da coletividade.
Todos os acontecimentos notáveis do cortiço contam com a participação do grupo de lavadeiras, que desempenha papel simultâneo de espectador e agente dos acontecimentos.
João Romão se desdobra para enriquecer e o dinheiro é a mola propulsora que o conduz, que o força unicamente para o acumular, ainda que para isso seja necessário roubar, escravizar, mentir, sofrer as maiores agruras.
A relação de Bertoleza com João Romão começa com um engano e termina em tragédia. João Romão a restitui ao dono e à escravidão. Entre o retorno à escravidão e a morte, Bertoleza não tem dúvida: de um só golpe, certeiro e fundo, rasga o ventre de lado a lado.