SóProvas


ID
1038775
Banca
IBFC
Órgão
EBSERH
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português

Linha Tênue 
Maria Gadu

Todo lugar que chego, você não fica 
Tudo o que eu te peço, você não dá 
Se dou opinião, você implica 
Toda vez que ligo você não está 
Por que fazer questão deste jogo duro? 
De me mostrar o muro a nos dividir? 
Seu coração de fato está escuro 
Ou por de trás do muro 
Tem mais coisa aí?


Toda vez que passo você não nota 
Eu conto uma lorota você nem ri 
Me faço fina flor vem e desbota 
Me boto numa fria não socorre 
Eu cavo um elogio isso nem te ocorre 
A indiferença escorre fria a me ferir 
Será porque você não me suporta? 
Ou dentro desta porta 
Tem mais coisa aí
Entre o bem e o mal a linha é tênue, meu bem 
Entre o amor e o ódio a linha é tênue também.



Considere as afirmações abaixo.

I. A licença poética permite que alguns versos sejam iniciados por próclise, o que contraria a norma culta.

II. Há uniformidade no tratamento do interlocutor a quem se dirige o eu-lírico da música.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • NÃO EXISTE UNIFORMIDADE,POIS ELE FAZ DE TUDO PARA AGRADA-LÁ E ELA POREM,FAZ AO CONTRARIO.
  • Não há uniformidade de tratamento. No segundo verso:

    "Tudo o que eu te peço, você não dá" 

    Te - 2°p./ Você - 3°p. 

  • 1) É de regra que, na fala e na escrita, o pronome escolhido para tratamento das pessoas espraie seus efeitos para todos os elementos envolvidos.

    2) Assim, se se trata o interlocutor por vós, além de concordarem os verbos nessa pessoa, só se podem usar os pronomes oblíquos e os pronomes possessivos que a ela correspondem (vos, convosco, vosso, vossa, vossos, vossas); se, por outro lado, a pessoa for tratada por tu, os pronomes oblíquos haverão de ser teu, tua, teus, tuas (jamais seu, sua, seus, suas, não podendo, assim, haver mistura de pronomes). Exs.:

    a) "Se você quer, vou até teu gabinete"(errado);

    b) "Se você quer, vou até seu gabinete"(correto);

    c) "Se tu queres, vou até seu gabinete"(errado);

    d) "Se tu queres, vou até teu gabinete"(correto);

    e) "Vou te contar uma coisa para você..."(errado).

    3) Nesse exato sentido se dá a lição de Vasco Botelho de Amaral: "Misturar pronomes ou formas verbais na segunda pessoa do plural com pronomes ou formas verbais da terceira constitui um erro crasso".1

    4) Em outra obra, o referido autor é ainda mais didático acerca do problema analisado: "Certa carta de um conhecido ministro estrangeiro publicada nos jornais portugueses, entre outros deslizes de tradução apresentava este: 'Foi com grande pesar que recebi a vossa decisão de não aceitar o cargo que lhe ofereci na remodelação do Ministério...' Onde se pôs vossa, devia estar evidentemente - sua. O inglês your não corresponde só a vosso, vossa, vossos, vossas; deve traduzir-se, não só às vezes por teu, tua, teus, tuas, mas, como ali na carta, por seu, sua, seus suas, de V., de V. Exa., etc".2

    5) Não menos clara é a lição de Júlio Nogueira: "Não há, pois, redigir frases em que, sendo tu a forma de tratamento, se usem em relação à mesma os possessivos seu, sua e as variações o, a, lhe".3

    6) No exemplo trazido pelo leitor, vê-se que o sujeito de achariamé vocês (o qual, embora da segunda pessoa do discurso – aquela com quem se fala – leva o verbo para a terceira pessoa); apesar disso, traz-se, mais ao final, o pronome vossas, que só poderia referir-se a um vós (inexistente no caso). Há, portanto, no período, um erro de concordância, já que não se guarda a uniformidade do tratamento.

    7) Tecnicamente, a correção do exemplo pode dar-se de dois modos:

    a)“Não creio que acharíeis o fato hilário se fosse com vossas mães” (os interlocutores estariam sendo tratados por vós);

    b)“Não creio que achariam o fato hilário se fosse com suas mães” (os interlocutores estariam sendo tratados por vocês).

    8) Em termos práticos, como não é comum que, no linguajar diário, se tratem interlocutores por vós, a opção normal de uso deve ficar para o segundo modo de expressão.

     

    fonte: http://www.migalhas.com.br/Gramatigalhas/10,MI7505,101048-Uniformidade+de+tratamento
  • Errei porque sequer entendi o que ele queria no item II

  • O conceito de uniformidade de tratamento nos remete à ideia de que existem pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo. Assim, tal uniformidade nada mais é do que a adequação dos pronomes a uma dada pessoa gramatical.

     

    Ex:  Não concordo com você, por isso não te apoiei. 

     

    Ao analisarmos os pronomes empregados, constatamos a não uniformidade entre eles, haja vista que a forma que melhor se adequa é:

     

    Não concordo contigo, por isso não te apoiei. 

     

    https://alunosonline.uol.com.br/portugues/uniformidade-tratamento.html