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ID
1061779
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TCU
Ano
2013
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

O agronegócio brasileiro contribuiu novamente para elevar o produto interno bruto (PIB). Esse setor cresceu 3,9% no segundo trimestre de 2013, em comparação com o primeiro trimestre desse mesmo ano, e 13% em relação ao mesmo período de 2012. Os produtores aumentaram a produtividade de soja em 23,7% e de milho em 12,2%; as áreas plantadas desses produtos aumentaram 10,8% e 3,9%, respectivamente. No entanto, apesar dos resultados positivos da produção, os obstáculos que os produtores enfrentam com relação à infraestrutura e à logística impedem uma expansão maior.
Economia. In: Correio Braziliense. 31/8/2013, p. 8

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue o item a seguir.

Graças aos bons resultados obtidos na produção agrícola nas últimas décadas, houve a redução drástica da fome e a emergência de um modelo mundial de desenvolvimento acentuadamente simétrico, resultados de uma economia globalizada.

Alternativas
Comentários
  • Crescimento simétrico? tem tantos países que crescem tanto e outros quase nada... :(

  • Esta ERRADO.

    Em minha opinião, pelo seguinte:


    Certamente podemos considerar que, nos últimos anos, houve a mencionada "drástica redução da fome", como constata-se na notícia abaixo:

    Trinta e oito países cumpriram antecipadamente as metas internacionais de combate à fome para 2015, informou hoje (12) a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação. “Esses países estão caminhando para um futuro melhor. São a prova de que, com uma forte vontade política, coordenação e cooperação, é possível reduzir a fome  de forma drástica e duradoura”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano.O brasileiro chamou todos os países a se engajarem para erradicar a fome o mundo dentro das diretrizes do Desafio Fome Zero, lançado pelo secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki Moon em 2012.

    Vintepaíses alcançaram a primeira Meta de Desenvolvimento do Milênio (reduzir a proporção de pessoas com fome). Outras 18 nações alcançaram, ainda, um compromisso mais rígido, estabelecido em 1996 durante o World Food Summit (WFS), reduzindo pela metade o número absoluto de pessoas desnutridas entre 1990-92 e 2010-21.

    O Brasil está entre os países que cumpriram a meta. Dez países africanos, como Benin, São Tomé e Príncipe e Gana, também estão na lista. As 38 nações serão homenageadas numa cerimônia de alto nível na sede da FAO, em Roma, no dia 16 de junho.

    Apesar dos avanços, quase 1 bilhão de pessoas ainda passam fome no mundo – 239 milhões no continente africano. “A fome global caiu na última década, mas 870 milhões de pessoas ainda estão subnutridas, e milhões delas sofrem as conseqüências da falta de vitaminas e minerais, incluindo crianças”, disse Graziano.

    A FAO, a União Africana e o Instituto Lula estão somando esforços reverter este quadro e acabar com a fome na África.  As três entidades realizarão um encontro de alto nível com líderes africanos e internacionais intitulado “Novas abordagens unificadas para erradicar a fome na África ”. O encontro acontecerá em Adis Abeba (Etiópia), sede da União Africana, nos dias 30 de junho e 1º de julho de 2013.


    No entanto penso que não podemos falar em simetria desse modelo, conforme o seguinte argumento:

    O que se percebe, com relativa facilidade, é que o processo de globalização produz muitas disparidades, não sendo homogêneo nem simétrico. Na verdade, ele é assimétrico e desigual. Coincidindo com esta avaliação, SARACENO (2003) indica que o aprendizado recente que se observa na Europa, mediante estudo das experiências de desenvolvimento econômico bem sucedidas, indica que não há uma regra ou receita única neste processo. A autora enfatiza que isso pode ocorrer por caminhos variados, sejam eles baseados no grau de desenvolvimento econômico, estrutural, tecnológico, educacional e social de cada país, nas estratégias privadas (empresas ou agentes) ou de natureza pública-governamental (políticas públicas, etc.).

    Nesse modelo a semelhança fica por conta do fato de que, em quase todas experiências, prevalece a diversificação e combinação intersetorial e competitividade, e não a homogeneidade. Portanto não há como falar em simetria.

  • Temos que nos perguntar se existe uma relação direta entre o aumento da produtividade no setor agrícola e a diminuição da fome, uma vez que, para combater a referida mazela são necessárias várias iniciativas principalmente entre público/privado, uma vez que a as políticas adotadas pelo governo podem ajudar ou prejudicar a sua economia, educação, criação de empregos a partir de incentivos ao setor produtivo, e não necessariamente com os bons resultados em um único setor. A questão ficou um pouco vaga.

  • Resultados muito bons foram, de fato, verificados na produção agrícola do Brasil e do mundo nas últimas décadas, mas isso não significou a redução drástica da fome nem a emergência de um modelo de desenvolvimento simétrico. No caso do Brasil, houve a redução drástica da fome, mas isso ocorreu devido a uma política pública de redistribuição de renda, e não em virtude do aumento da produtividade agrícola. Além disso, essa redução observada no Brasil não ocorreu na maior parte do restante do mundo onde a fome é um problema grave. Para que os bons resultados da produção agrícola surtissem efeito na população mundial mais pobre, seria necessário o estímulo da agricultura familiar ou de pequeno porte, que é a praticada por esse tipo de população. Entretanto, os bons resultados vieram, sobretudo, da agroindústria, que é controlada por grandes e poucos empresários, os quais utilizam-se de técnicas modernas e caras e praticamente não empregam pessoas. A questão, portanto, está errada.