"Alianças de classes" deixou a questão extremamente polêmica. Lembrando que o partido comunista tinha acabado de voltar à legalidade em 1927. Isso mostra que sempre houve um discurso de luta entre a classe dos patrões (abastados ou burgueses) e os empregados (sindicalizados, sindicalistas, operários). Dar direitos trabalhistas gerou maior "coesão" social e amenizou o discurso sindical de luta no primeiro governo de Vargas, mas dizer que rolou uma "aliança de classes", foi fora da realidade. Hoje mesmo ainda vemos no Brasil uma clara cisão entre os que apóiam a iniciativa privada cada vez mais livre de amarras estatais e os que pregam direitos trabalhistas e sindicalismo, em uma era em que o "inimigo" da classe trabalhadora passa a ser cada vez mais ""etéreo". Hoje, não há mais a figura clara de "um chefe" (normalmente indivíduos, hoje em dia, conservadores, ou de direita) para que o sindicalismo (composto por críticos da esquerda) possa lutar contra. Os antigos "chefes", hoje são milhares de plataformas automatizadas e despersonalizadas, além de maneiras de precarização do trabalho, como Uber e outros. Além disso, essas empresas se internacionalizam, tornando impossível uma sindicalização universal, algo perseguido por Marx e, na prática, Trotski. No máximo, o que se pode fazer é proibir ou permitir a entrada ou criação destas empresas em território nacional, o que geraria intensa pressão da própria opinião pública, que demanda tais serviços. Para complementar, essa precarização do trabalho ajuda a melhorar os índices governamentais de emprego, já que garantem maior parcela da população com o título de "trabalhador". Em resumo, ao mesmo tempo e que não existe um discurso claro de luta, que alguns tentam criar e então são acusados, talvez de forma justa, por tentar dividir a sociedade, a relação entre essas vertentes sociais nunca foi harmônica ou "de aliança".