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a) Não é o Tratado de Locarno, mas sim o Tratado de Latrão
b) Na realidade, foram as ópera nacionalistas de Verdi a grande influência
c) Nice e Savoia eram os condados a serem cedidos à França em recompensa pela ajuda na guerra contra a Áustria. Lembrando que Nice é, atualmente, parte da França.
e) O fim da Splendid Isolation se deu no início do ´seculo XX, com a formação de acordos com os países europeus - culminando na Entente Cordiale
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O Problema da B não está na questão da ópera nacionalista de Verdi, que, em alguma medida, está coberta pelo romantismo literário, mas sim pelo republicanismo revolucionário. Havia presença dessa corrente, mas ela nem era a mais importante e nem foi a vencedora.
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b) O problema do item b é tentar relacionar um prévio sentimento nacionalista à unificação da Itália. A literatura romântica e o sentimento de singularidade nacional foram importantes para a unificação alemã, mas não para a unificação italiana. Lembre da notória frase do político Mássimo D'Azeglio logo após a reunificação: "Pur troppo s'è fatta l'Italia, ma non si fanno gl'Italiani"; a tradução não literal e mais comum dessa frase é "fizemos a Itália, agora precisamos fazer os italianos."
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A meu ver, o problema da B é o historicismo.
Historicistas são as correntes de análise histórica deterministas (ver o livro A Pobreza do Historicismo, de Karl Popper). O "historicismo" na questão, pelo período histórico, seria a análise de Marx e seu materialismo histórico, que enxerga a história rumo ao comunismo como algo inexorável, pois fruto das contradições internas do capitalismo. A análise marxista não é influente para a unficação italiana, pois ela é internacionalista (proletários do mundo, uni-vos!) e antinacionalista (para Marx, o nacionalismo serve à burguesia e aliena o trabalhador, pois esconde a luta de classes e a verdadeira natureza do sistema capitalista).
Ao contrário do que dizem os outros comentários, não há problema em afirmar que o romantismo literário inspirou o processo de unificação italiana. Se até mesmo no Brasil o romatismo literário nacionalista foi importante (vide José de Alencar), é claro que na Península Itálica, local muito mais próximo das principais correntes românticas europeias e incomparavelmente mais letrado que o Brasil, o romantismo literário também teve sua influência. Alguns nomes de escritores associados ao Risorgimento italiano são: Alessandro Manzoni, Giacomo Leopardi, Cesare Balbo, Vincenzo Gioberti, Giuseppe Giusti e Francesco Domenico Guerrazzi.
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Comentário sobre a letra "B"...
O republicanismo revolucionário, de fato, teve nos carbonários a personificação da luta pela unificação italiana. Contudo, o Romantismo literário pregava uma volta ao passado que era a base da Restauração Europeia, destoando do mvmto. de unificação italiana.
Com a restauração das antigas monarquias, despontaram inúmeros mvmtos. dedicados a apagar as influências intelectuais que levaram a França à revolução. O romantismo firmou suas bases na busca por uma volta ao passado, contrárias à modernidade e ao racionalismo prático dos iluministas.
O surgimento do Romantismo como forma de expressão política aparece primeiramente na Alemanha, logo nas primeiras décadas do séc. XIX. Mesmo exercendo grande influência em uma das vertentes nacionalistas, segundo Cassirer, nunca houve uma teoria clara e coerente, nem se mostraram firmes na sua atitude, sendo impossível atribuir a eles ideias políticas fixas, definidas e inquestionáveis. Para o autor, o romantismo estava mais próximo do campo espiritual do que da ação cotidiana.
Sobre a função do romantismo nos mvmtos. de unificação nacional, Scheidt afirma: "Embora o romantismo seja usualmente vinculado a políticas conservadoras, de reação ao Iluminismo e com propostas de um 'retorno ao passado', ele, na verdade, caracterizava-se como um mvmto. heterogêneo, adquirindo diversas conotações em diferentes contextos. Se, de fato, na ALE o romantismo esteve associado ao conservadorismo, na Itália, ao contrário, a maioria dos românticos eram liberais (...). O romantismo político abarcava, ao menos, duas grandes correntes: uma conservadora, que propunha um retorno ao 'país original' e outra nacionalista e libertária, com características revolucionárias e até 'socializantes' (SCHEIDT, 2004, P. 103)"
Fonte: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21100/000736620.pdf?...1 (Fernanda Panerai)
Comentário sobre a letra "E"...
As unificações puseram fim ao equilíbrio europeu, o que se refletiu no fim do isolamento inglês.
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A) Como apontado pelos colegas, o erro está no fato de que a assertiva descreve o Tratado de Latrão.
B) A unificação da Itália não teve uma unidade ideológica; se um lado havia Garibaldi, que de fato era republicano; de outro havia Cavour, representante da monarquia constitucional.
C) A primeira etapa da unificação italiana foi a guerra de independência contra a Áustria, que envolveu o Rei do Piemonte e a população do centro-norte da península. Nos anos 1850, Cavour negocia com Napoleão III a guerra italiana de libertação, em troca da cessão de Saboia e Nice à França.
E) A entrada em isolamento esplêndido da Inglaterra ocorreu em cerca de 1822, com a sua retirada do sistema de congressos, por não admitir intervenções nas colônias espanholas da América Latina. Ela está ligada mais à doutrina Monroe. O processo de unificação italiana se consolidou com o fim da 2.ª Guerra de Independência e a anexação de Roma, o que ocorreu em 1870-1, ou seja, muito depois do splendid isolation. Um não tem relação com o outro.