Gabarito: letra E (passível de recurso)
Primeiro, é necessário dizer que o patrimonialismo não configura em sí um modelo de administração pública. Históricamente, o primeiro modelo de administração a ser implantado no Brasil foi a burocrácia nos modelos weberianos, a partir da década de 30, cujo marco se deu com a criação do DASP, no governo de Getúlio Vargas. A burocracia veio, principalmente, para conter o patrimonialismo.
O gerencialismo começou efetivamente no governo FHC, em 1995. Apesar disso, nosso primeiro contato com ele foi com o DL 200/67.
A assertiva duvidosa é a que não considera como correto dizer que existem práticas nepotistas ainda hoje, após as reformas burocráticas e gerenciais. Quem disse isso? Só pode ser entendimento próprio da banca. Existem sim práticas nepotistas ainda hoje, apesar de existirem normativos que vão contra a sua utilização.
A doutrina considera que existem traços vigentes tanto de práticas patrimonialistas como burocráticas na atualidade! Tá louco hein meu, palhaçada.
fonte: Paludo, Chiavenato.
Bons Estudos!
Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre os modelos teóricos de administração pública. Sabendo disso, vejamos como as afirmativas podem ser julgadas.
1. verdadeira. A Administração Pública brasileira foi marcada, historicamente, por três grandes momentos: Administração Patrimonial, Burocrática e Gerencial.
Os modelos de administração pública são marcados por uma série de teorias, características, normas, finalidades e práticas que identificam o tipo de administração que típico de cada uma época. Se os modelos mais antigos servem para demonstrar como as organizações do passado agiam, o modelo atual funciona como referência para a administração pública moderna ao mesmo tempo que indica as perspectivas e tendências para o futuro.
Ao olhamos para o passado e o presente, podemos verificar três modelos diferentes de Administração Pública: Administração Patrimonial, Administração Burocrática e Administração Gerencial.
2. falsa. O patrimonialismo desapareceu ao longo da história da Administração Pública brasileira.
- Por mais que o modelo Burocrático tenha surgido com o propósito de extinguir com as disfunções patrimonialistas, ele não se mostrou bem-sucedido em acabar com o nepotismo, assim como também o gerencialismo também não conseguiu.
3. verdadeira. Após as reformas burocrática e gerencial, as práticas de nepotismo continuaram a vigorar no Brasil.
- Para verificar isso, basta olhar para a realidade, em que mandatários nomeiam parentes para a ocupação de cargos públicos; ou beneficiam em contratos públicos. A verdade é: os problemas patrimoniais nunca deixaram de existir, apenas foram reduzidos.
4. falsa. O sistema patrimonialista buscou conferir maior impessoalidade e hierarquia à atividade estatal.
- O sistema BUROCRÁTICO, sim, buscou conferir maior impessoalidade e hierarquia à atividade do Estado. O modelo patrimonialista carecia de qualquer organização administrativa.
Sendo assim, podemos dizer que:
A - incorreta. Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B - incorreta. Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
C - incorreta. Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
D - correta? Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
Existem duas afirmativas verdadeiras (1 e 3) e duas falsas (2 e 4), contudo, a banca deu a a alternativa "D" como gabarito, dando a entender que a afirmativa 3 é correta. Seria pura ingenuidade achar que as práticas de nepotismo deixaram de vigorar. Não há uma alternativa correta aqui.
GABARITO DA BANCA: D
GABARITO PROPOSTO: ANULAÇÃO
Fonte:
PALUDO, Augustinho. Administração Pública. Salvador: Juspodivm, 2020.