Transtornos psiquiátricos = mudanças quantitativas. Quantitativo se refere a presença de um exagero ou diminuição de padrão de comportamento usual, dito normal. Mudanças quantitativas se relacionam com atividade (motora, da fala, do pensamento), com humor (depressão, euforia), questões afetivas (embotamento, excitação). Significação clínica no sentido de intensidade desproporcional ou alterações persistentes; porém, expectativa social varia culturalmente.
Qualitativo são comportamentos de cunho estranho, bizarro, idiossincrático, inapropriado ou esquisito. Tais manifestações devem ser julgadas levando em conta o contexto cultural do indivíduo e, como sintoma, será mais grave se estiver relacionado a fatores internos e não à realidade social. A relatividade dos critérios leva a considerá-los se estes apresentarem um período de tempo elevado e estiverem associados a várias características sintomatológicas.
A expansão do uso de diagnósticos
categóricos em detrimento dos dimensionais
trouxe vantagens na comunicação entre clínicos
e estatísticos, mas também trouxe o aumento
do risco de detectar sintomas e doenças de
forma mais imprecisa e grosseira,
empobrecendo a observação clínica e a
descrição da psicopatologia pela separação das
entidades por pontos de corte que possam dar
a impressão de distâncias maiores do que as
reais. Assim, apesar de parecer que um retorno
completo à descrição minuciosa de sintomas
para qualquer caso de psicose possa parecer
muito custoso e de benefício duvidoso para
justificar seu uso no dia-a-dia, ela permite não
só a construção progressivamente mais
consistente de critérios para a categorização de
diagnósticos, como também a complementação
das descrições dimensionais, descartando
menos informação para o entendimento e o
atendimento individual, mantendo a riqueza
descritiva e possibilitando a compreensão dos
problemas pessoais, familiares e sociais
associados às doenças psiquiátricas.
Progressivamente, tem sido fortalecida a
adequação do uso conjugado de diagnósticos
categóricos e dimensionais em doenças graves
com psicose, devido a sua vantagem de
associar a descrição ao entendimento da
experiência de vida ligada à psicose.
(PDF) Mood and psychosis in schizophrenia: exploring diagnostic frontiers with the Operational Criteria Checklist for Psychotic Illness (OPCRIT) and John Nash case. Available from: https://www.researchgate.net/publication/262739434_Mood_and_psychosis_in_schizophrenia_exploring_diagnostic_frontiers_with_the_Operational_Criteria_Checklist_for_Psychotic_Illness_OPCRIT_and_John_Nash_case [accessed Sep 29 2018].