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DE ACORDO com Augustinho Paludo:
"No entendimento de Bresser-Pereira (2001), patrimonialismo significa “a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados”.
No patrimonialismo não existiam carreiras organizadas no serviço público e nem se estabeleceu a divisão do trabalho. Os cargos eram todos de livre nomeação do soberano, que os direcionava a parentes diretos e demais amigos da família, concedendo-lhes parcelas de poder diferenciadas, de acordo com os seus critérios pessoais de confiança. Prática frequente era a troca de favores por cargos públicos (neste caso não se tratava de parentes e amigos, mas de interesses políticos ou econômicos). Regra geral, quem detinha um cargo público o considerava como um bem próprio de caráter hereditário (passava de geração para geração). Não havia divisão do trabalho; os cargos denominavam-se prebendas ou sinecuras, e quem os exercia gozava de status da nobreza real."
Portanto, a resposta é a letra A.
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Essa questão foi tirada da obra do Lutosa:
“A dominação patrimonial se apóia na existência de um quadro
administrativo puramente pessoal do senhor, não-burocrático, formado
de companheiros ou súditos, recrutados por critérios de afetividade,
lealdade e confiança e remunerado com prebendas e feudos. Essa
dominação assume o caráter estamental, quando há uma distribuição
de poderes de mando e as conseqüentes oportunidades
econômicas para o quadro administrativo.” (COSTA, Frederico Lustosa
da. Condicionantes da reforma do Estado no Brasil. In: Estado e
Gestão Pública: visões do Brasil contemporâneo, p. 143-144. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2006).
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GABARITO: LETRA A
ACRESCENTANDO:
O patrimonialismo é um modelo de administração pública baseado na dominação tradicional, na qual a vontade do senhor e os limites impostos pela tradição definem os rumos dos governados. Esse modo de administração tem como característica principal a confusão patrimonial entre os bens do senhor e os bens públicos.
No patrimonialismo não há separação clara entre a res publica (Bens Públicos) e a res principis (Bens do Príncipe), o soberano se utiliza do patrimônio público como se seu fosse, apropriando-se dos recursos coletados para seu próprio proveito, administrando-os de acordo com a sua vontade.
FONTE: Prof. Heron Lemos