Considerando seus objetivos, os estudos de usuários podem ser
voltados para os sistemas ou para os usuários (CHOO, 2003; FERREIRA, 1997). No
primeiro caso, a informação é vista “como uma entidade externa, objetiva, que tem
uma realidade própria, baseada no conteúdo, independente dos usuários ou dos
sistemas sociais”. No segundo caso, a informação é vista “como uma construção
subjetiva criada dentro da mente dos usuários” (CHOO, 2003, p.68).
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De acordo com Ferreira (1997), uma diferença entre a abordagem tradicional e a
alternativa é que aquela examina os sistemas apenas através das características
grupais e demográficas dos usuários, enquanto esta estuda as características e
perspectivas individuais dos usuários. Estes são vistos como “pessoas com
necessidades cognitivas afetivas e fisiológicas fundamentais próprias que operam
dentro de esquemas que são partes de um ambiente com restrições socioculturais,
políticas e econômicas” (FERREIRA, 1996, p.220).
http://rabci.org/rabci/sites/default/files/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf
Por essa abordagem alternativa, o usuário é compreendido como elemento central dos sistemas de informação, como indicado por Guinchat e Menou (1994) , e por isso torna-se necessário um conhecimento minucioso e preciso sobre o mesmo e sobre suas necessidades de buscas e usos da informação. Daí entendermos que o contato direto com o usuário é de fundamental importância quando tratamos das questões citadas.
Figueiredo (1979, p. 81) considera, ainda, que “os estudos orientados aos usuários, propriamente ditos, não são limitados a uma instituição, mas investigam o comportamento de uma comunidade inteira na obtenção da informação”. Diante dessa consideração, as bases da abordagem alternativa, de acordo Ferreira (2002) se pautariam em:
a) o processo de se buscar compreensão do que seja “necessidade de informação” deve ser analisado sob a perspectiva da individualidade do sujeito a ser pesquisado;
b) a informação necessária e o tanto de esforço empreendido no seu acesso, devem ser contextualizados na situação real onde ela emergiu;
c) o uso da informação deve ser dado e determinado pelo próprio indivíduo.