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ID
1175527
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2014
Provas
Disciplina
História
Assuntos

     Os projetos de Bretton Woods se mostraram irrelevantes perto do objetivo urgente de reconstruir as economias das nações que estiveram em guerra. O pior conflito do mundo foi mais destrutivo para economias e sociedades do que o previsto. No pós- guerra, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos aliados europeus — URSS, França, Bélgica, Holanda e outros — correspondia a menos de 4/5 do que valia em 1939; na maioria desses países, os índices de 1946 estavam bem menores que os do início da década de 20. As condições nos países derrotados eram muito piores.
     A mudança de posição da Europa ocidental na economia internacional dificultaria a recuperação. Para se reconstruir, o continente precisava importar alimentos, matérias-primas e equipamentos tecnológicos. No entanto, boa parte da capacidade europeia de ganhar dinheiro para financiar as importações havia se esgotado. Com a Guerra Fria, a Europa Ocidental passou a não ter mais acesso aos mercados das partes oriental e central do continente. Enquanto isso, os EUA e o restante do hemisfério ocidental desfrutavam de prosperidade.

Jeffry A. Frieden. Capitalismo global: história econômica e política do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008, p. 283-4 (com adaptações).

Tendo ainda o texto de J.A. Frieden acima como referência, julgue (C ou E) os itens subsequentes, relativos ao quadro histórico europeu e mundial do pós-Segunda Guerra.

O fato de URSS e EUA terem lutado do mesmo lado na Segunda Guerra Mundial explica que, a despeito de todas as diferenças entre ambos, o programa de ajuda norte-americana para a recuperação europeia — Plano Marshall — contemplou também os países identificados como satélites de Moscou.

Alternativas
Comentários
  • ERRADA. O plano Marshall foi rejeitado pelos países tributários de Moscou. A Iugoslávia só requisitou a ajuda financeira estadunidense a partir de 1948.

  • Marcelo, acho que, independentemente dessa acepção da palavra "contemplar", a assertiva está errada por condicionar a ajuda americana ao fato de URSS e EUA terem lutado do mesmo lado na Segunda Guerra. A redação do enunciado dá a entender que a motivação dos americanos em contemplar os países do Leste europeu se deu em retribuição à participação da URSS na guerra. O plano Marshall, no entanto, foi desenvolvido em 1947, no início da Guerra Fria, e as potências então já atuavam sob uma lógica competitiva - os americanos não pretendiam ajudar os satélites de Moscou por gratidão aos soviéticos, mas visando à expansão da sua própria influência pelo Leste europeu, em prejuízo da URSS.

  • Os países do Leste Europeu não se beneficiaram do Plano Marshall, afinal ele tinha, além de um caráter social de ajuda financeira para reconstrução depois da guerra, o objetivo de tentar conter a expansão socialista. A URSS lançou o COMECON em resposta ao Plano Marshall.

    "O aparecimento do COMECON surgiu no contexto europeu após o final da Segunda Guerra Mundial, do qual resultou a destruição de parte do continente Europeu e surgindo como a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall, que visava apoiar a reconstrução econômica da Europa Ocidental."

     

    Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_para_Assist%C3%AAncia_Econ%C3%B4mica_M%C3%BAtua

  • O COMECON pode ser considerado uma resposta soviética ao Plano Marshall americano, afinal durante a Guerra Fria os dois blocos mantiveram-se sempre em equilíbrio. Por exemplo, foram criados também durante esse período a OTAN (EUA) e o Pacto de Varsóvia (URSS), dois pactos militares que tinham como objetivo proteger e unir os países membros.

    - visava a integração econômica das nações do Leste Europeu

    Países que pertenciam a organização internacional foram a União Soviética, Alemanha Oriental (1950-1990), Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária, Hungria e Romênia. Mais tarde outros países juntaram-se ao COMECON: Mongólia (1962), Cuba (1972) e Vietnã (1978).

  • O Plano Marshall (1947) foi destinado a todas as nações européias afetadas pela II GGM. A URSS e seus países aliados, inclusive, foram convidados a participar. Ocorre que as contrapartidas era extremamente liberais e Stalin viu nisso uma ameaça (influência americana) e proibiu os países soviéicos de aceitarem valores. Na sequência, lança o COMECON (1949).