Os principais casos em que se justifica o
emprego dos aços especiais (aços-liga e inoxidáveis) são os seguintes:
a) Altas temperaturas – Temperaturas acima dos limites de uso
dos aços-carbono, ou mesmo dentro desses limites, quando for exigida maior
resistência mecânica, maior resistência à fluência, ou maior resistência à
corrosão.
b) Baixas temperaturas – Temperaturas inferiores a -45°C, devido
à possibilidade de fraturas frágeis com o aço-carbono.
c) Alta corrosão – Serviços com fluidos corrosivos, mesmo quando
dentro da faixa de temperaturas de emprego dos aços-carbono. De um modo geral,
os aços-liga e inoxidáveis têm melhores qualidades de resistência à corrosão do
que os aços-carbono. Existem, entretanto, numerosos casos de exceção: a água
salgada, por exemplo, destrói a maioria dos aços especiais tão rapidamente como
os aços-carbono.
d) Exigência de não contaminação – Serviços para os quais não se
possa admitir a contaminação do fluido circulante (produtos alimentares e
farmacêuticos, por exemplo). A corrosão, ainda que só seja capaz de destruir o
material do tubo depois de muito tempo, pode causar a contaminação do fluido
circulante quando os resíduos da corrosão são carregados pela corrente fluida.
Por essa razão, nos casos em que não possa haver contaminação, empregam-se
muitas vezes os aços especiais, embora do ponto de vista propriamente da
corrosão não fossem necessários.
e) Segurança – Serviços com fluidos perigosos (em temperatura
muito elevada, inflamáveis, tóxicos, explosivos etc.), quando for exigido o
máximo de segurança contra possíveis vazamentos e acidentes. Também nesses
casos, estritamente devido à corrosão, não seriam normalmente necessários os
aços especiais.
No que se refere à corrosão, convém observar que, exceto quando
entram em jogo também a exigência de não contaminação do fluido ou a segurança,
o problema é puramente econômico: quanto mais resistente à corrosão for o
material, tanto mais longa será a vida da tubulação. Portanto, a decisão será
tomada como resultado da comparação do custo dos diversos materiais possíveis,
com o custo de reposição da tubulação, incluindo-se o custo de operação e de
paralisação do sistema.