CORRETA.
A política econômica adotada pelos EUA, a partir de 1981, manteve a
tônica da luta contra o processo inflacionário iniciado após as crises do petróleo (1973e 1979). A elevação da
taxa de juros interna serviu para contrair a oferta monetária e conter a demanda interna.
Colateralmente, promoveu a atração de capitais externos, que foram utilizados para a rolagem da
dívida interna, para cobrir os déficits na conta de transações correntes e também para reverter a
contínua desvalorização do dólar perante o marco alemão e o iene. As repercussões das políticas
domésticas adotadas pelos EUA, no período 1981 a 1985, sobre a economia mundial, foram
diversas. De um lado, países exportadores de matérias-primas e alimentos verificaram
substancial redução em suas receitas externas, tal como ocorreu no Brasil. Do outro lado, se o
dólar sobrevalorizado era responsável pelo déficit em transações correntes dos EUA, ele servia,
ao mesmo tempo, para absorver o capital excedente nos países superavitários (Japão e Alemanha).
Essas altas taxas de juros sufocaram os tomadores de empréstimos, levando ao agravamento do
problema do balanço de pagamentos dos países em desenvolvimento, cujos reflexos foram
sentidos diretamente sobre a dívida externa, além, é claro, de sustar o fluxo de capitais que
financiava aqueles déficits. Paralelamente, a recessão induzida pelos EUA fez com que a crise se
espalhasse pelo mundo, diminuindo o fluxo do comércio internacional. A América Latina, cujos
países haviam se endividado nos anos anteriores, entrou em grave crise econômica. A
deterioração das condições mundiais e a sustentação de fortes taxas de crescimento interno,
como no caso do Brasil, em 1980, agravaram os desequilíbrios nas contas externas.
Livro: Economia brasileira: da colônia ao governo Lula.