SóProvas


ID
1224139
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TJ-SE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Texto para os itens de 51 a 61

Uma jovem de vinte e três anos de idade, filha primogênita, em acompanhamento psicológico desde os nove anos de idade, em virtude de passividade exacerbada nos relacionamentos interpessoais, mostrou-se, no início do tratamento, ansiosa e com dependência significativa de sua mãe. Ao longo do seu desenvolvimento, apresentou outras queixas, tais como alteração repentina de humor, agressividade, insegurança e angústia. As manifestações clínicas mais recentes relatadas pela jovem foram dificuldade na tomada de decisões e na iniciação de projetos pessoais, sentimentos de desamparo ao estar sozinha e preocupação exacerbada com a possibilidade de deixar de receber cuidado e apoio das pessoas que considera em seu rol de amizade.


Considerando o caso clínico apresentado, julgue os itens a seguir, à luz do disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo e das abordagens teóricas da psicologia.

A jovem estabeleceu relação simbiótica com sua mãe, sendo esta a causa principal de sua dificuldade em desenvolver protagonismo e autonomia, características essenciais para o desenvolvimento da vida adulta.

Alternativas
Comentários
  • Acho que para se caracterizar uma relação simbiótica, no estudo de caso, deve conter a "superproteção" da mãe com  a criança. Uma vez que a simbiose, não natural, é investido pelo comportamento materno

  • Pego (2004) aponta ainda que várias mães estreitam tanto os laços com os filhos que acabam por não deixar outras pessoas participarem dessa relação. É como se ela mantivesse uma relação simbiótica com o filho, como se estivessem sendo ligados por um cordão umbilical imaginário. Há uma cristalização do processo natural de desenvolvimento psicossocial, a criança pode se tornar “propriedade” da mãe. Neste caso, não é permitido o acesso ao conhecimento, haverá sempre a mãe entre a criança e os saberes, incluindo o escolar. Monografia: DEPENDÊNCIA SIMBIÓTICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ESCOLAR de MILENA GARIANI POPOWICZ (link: http://www.dfe.uem.br/TCC/Trabalhos_2012/MILENA_GARIANI_POPOWICZ.PDF)

  • Qual, então, é o erro da afirmativa?

  • Dependência não é simbiose, creio que são próximos mas diferentes, além do mais o enunciado não deixa claro se há relação de simbiose. Errei a questão e depois refleti rs 

  • Questão errada porque não há como afirmar que a relação simbiótica com sua mãe foi a causa principal de sua dificuldade em desenvolver protagonismo e autonomia. Afirmação muito determinista. 

  • Acredito que não se fala em relação simbiótica sem falar em psicose. Em outra alternativa sobre o mesmo caso, existe uma questão que aborda que o caso se trata de "psicose" (e é errada).

  • Concurso não é vida real. Talvez, no jargão da psicologia, pudéssemos utilizar este termo "relação simbiótica" para se referir ao caso. Porém, para concurso, não há nada na questão que leve a concluir isso. É uma relação de significativa dependência e só. 

  • acredito que o erro está em não considerar que a paciente está em tratamento desde os nove anos, dessa maneira, não podemos desconsiderar o seu desenvolvimento.

  • Verdade, Val. O conceito de simbiose, que veio da biologia foi "absorvido" pela psicanálise. De início pela Margaret Mahler e posteriormente por Bion, Winnicott Bleger, dentre outros autores que deram seus significados de acordo com suas teorias. 
    O que pareceu comum aos autores é que o fenômeno da simbiose é uma díade em que cada um dos membros vive à mercê de suas próprias  necessidades e angústias. 
    Dai essa situação trazida pela cespe não apresenta elementos que corroborem com a ideia de que a mãe compartilha desta vivêcia. Fica clara apenas a "falha" na relação de objeto apresentada pela filha. Logo, entendo que não se pode falar em simbiose.
    Por isso, o gabarito deu como errado.

  • "Em acompanhamento psicológico desde os nove anos de idade, em virtude de passividade exacerbada nos relacionamentos interpessoais (...)

    "Mostrou-se, no início do tratamento, ansiosa e com dependência significativa de sua mãe".

    Em nenhum momento o texto diz que existe relação simbiótica entre as duas. Isso aí já é interpretação.