A avaliação, tal como hoje é entendida, é uma exigente prática social e, por isso,
é desejável distinguir entre as avaliações do dia a dia que todos vamos fazendo
acerca do que nos rodeia, e as avaliações que nos exigem abordagens propositadas,
rigorosas, sistemáticas e tão independentes e imparciais quanto possível. No primeiro
caso estamos a falar da avaliação informal ou tácita que, neste sentido, é um
lugar comum e um processo que parece ser fundamental para que, por exemplo,
possamos discernir o que eventualmente nos fará sentir mais confortáveis ou para
que possamos ajustar ou regular as nossas ações e decisões numa variedade de situações pessoais e profissionais. No segundo caso, estamos a falar de avaliações
formais que identificam os critérios utilizados, diversificam e mencionam as fontes
de dados utilizadas, exibindo assim as evidências que estão na base de um dado
juízo avaliativo. Desta forma, a parcialidade associada à avaliação informal pode ser
substancialmente reduzida. Além disso, a avaliação formal tem uma abrangência e
uma profundidade que a avaliação informal não pode ter porque vai para além da
evidência que está ao alcance de um indivíduo e proporciona processos avaliativos
que são coletivos (sociais) e não estritamente individuais.
Hoje, ao contrário do que se passava há cerca de duas décadas atrás, aceita-se
que tanto a avaliação informal como a avaliação formal geram conhecimentos
acerca da realidade que interagem entre si e que se relacionam de formas mais ou
menos complexas. Não há consenso na comunidade científica acerca dos diferentes
tipos de conhecimento gerados pelas duas formas de avaliação e das relações
entre eles. Para vários autores a avaliação formal está mais relacionada com a
lógica da ciência enquanto que a avaliação informal se baseia mais na lógica do
chamado raciocínio do dia a dia (HAMMERSLEY, 2003; POLKINGHOME, 2000).
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/2013nahead/aop_0113.pdf