A) Errado: devem ser produzidos com regularidade, visando à formação de séries temporais e permitindo visualizar as tendências dos dados no tempo.
B) Errado: nenhum indicador pode aportar certeza absoluta quanto aos resultados de uma ação ou de um processo, pois sua função é apenas ser um sinalizador: indicadores são instrumentos, não operam por si mesmos, indicam o que devem indicar.
C) Correto: concepções, interesses e enfoques das organizações e atores envolvidos – Um bom sistema de indicadores para avaliação deve sempre surgir do processo de diálogo e de negociação entre todos os atores. Por exemplo, numa escola de Medicina, os gestores responsáveis pela instituição poderiam estar interessados numa avaliação que enfatizasse a participação de determinados atores envolvidos no ensino e aprendizagem; os professores gostariam de saber sobre a qualidade da formação oferecida; e o MEC (por hipótese), como financiador, gostaria de ter conhecimento sobre a eficácia e a efetividade de uma proposta de mudança que estivesse sendo implementada e que ele estivesse financiando.
D) Errado: quando observados do ponto de vista quantitativo e qualitativo, os indicadores se referem aos aspectos tangíveis e intangíveis da realidade. Tangíveis são os elementos facilmente observáveis, como renda, escolaridade, forma de organização e gestão, legislação, mecanismos de divulgação. Intangíveis são os atributos que só podem ser captados indiretamente por meio de suas formas de manifestação, como é o caso do incremento da consciência social, da autoestima, de valores, de atitudes, de liderança, de protagonismo e de cidadania.
E) Errado: cada investigação avaliativa deverá construir seu sistema de indicadores específicos. Pois, mesmo quando um conjunto de variáveis pode ser usado para vários projetos, os indicadores devem sinalizar condições específicas da realidade em avaliação. Por exemplo, a quantidade e a qualidade de informações preexistentes influenciam a necessidade de produzir novas informações, assim como o nível de aprofundamento de possíveis análises. Por isso, a maioria dos projetos avaliativos deve se iniciar com uma análise situacional, como ponto de partida para a construção de indicadores.
http://www.scielo.br/pdf/rbem/v33s1/a09v33s1.pdf
Do ponto de vista metológico, segundo Cardoso (1998), "a construção de indicadores tem como premissa básica uma teoria previamente desenvolvida, que qualifica o problema e as hipóteses relevantes e, ainda, uma adequação rigorosa entre o quadro conceitual e as informações disponíveis".
Fonte: Família: rede, laços e políticas públicas. pp. 268