SóProvas


ID
1246303
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

Com seu texto, a autora tem a intenção de

Alternativas
Comentários
  • Gab. D)


    "Pax"

  • Resposta correta:

    d) registrar com sensibilidade os efeitos da chuva.

  • É possível perceber no texto como ela descreve a chuva como um ser vivo, e suas mudanças na presença nesse ambiente.

  • A - Há no texto indicativos de que a chuva é boa e faz bem. Um escrito imparcial.

    B - 'Nem ainda as borboletas perceberam" falar de sensibilidade, os meninos sim se importam com a chuva pois ela significar-lhes-ia momentos de diversão.

    C - Ela não combate, ela descreve como a chuva é relevante, trazendo benefícios e malefícios.

    D - Ela registra/descreve/demonstra/exemplifica/expõem/detalha/minuncia os efeitos chuvosos.

    E - Não dá ênfase a sua idade, embora esteja registrando lembranças, ela não faz sensibilidade pessoal. A chuva não mudou como a autora mudou.

    Um abraço a todos.

  • Gabarito D) registrar com sensibilidade os efeitos da chuva.

     

     

    "Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham 
    cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram 
    pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos 
    exercícios!"

  • Para escerver um texto desses, é preciso fumar muita pedra!

  • Assertiva d

    registrar com sensibilidade os efeitos da chuva.

    Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham

    cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram

    pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos

    exercícios!