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ID
1246306
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

As informações do primeiro parágrafo – Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros… – e – Os meninos olham para o céu cinzento… – mostram que a chuva

Alternativas
Comentários
  • "começam a cair pingos de chuva" = a chuva está por vir.

    Todas as outras respostas são extrapolação do segmento retirado do texto. Mesmo o fato dos pingos serem "leves e raros" não quer dizer, invariavelmente, que a chuva será passageira. Os pingos podem começar leves e raros e depois virar uma tempestade. Não podemos criar conjunturas para responder.

    A única certeza que temos é que a chuva está por vir.

  • Por que você discorda fera?  É necessário apresentar sua tese!

  • Também discordo, achei muito vago, "mostram que a chuva..." 

    "está por vir." isso de acordo com a visão que temos da situação, sabemos que vai chover porque temos todas as informações aqui, ou

    "não é esperada." e não é mesmo, para os personagens do texto, ninguém do primeiro paragrafo estava esperando que ela vinha, as borboletas nem se ligaram, os garotos desistiram.


  • Também discordo, minha tese: Se os meninos, ao estenderem as mãos para os céus resolvem fazer outra coisa.

    Concluo que a chuva não é esperada.

  • letra b:com toda certeza

    o texto diz:"Como desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem..." se a chuva nao vem, como posso dizer que ela sera passageira? só posso afirmar que ela "esta por vir"

  • Acreditava que seria a alternativa E, eis que no 1º parágrafo, termina com: "os meninos desejando pular em poças d´águas, e ainda afirma, mas a chuva não vem". Ou seja, no meu entendimento, as nuvens cinzentas eram passageiras.   

  • Não entendi..... Quando diz que a chuva "não é esperada", eu entendo como " não é desejada" - não querem que a chuva venha... mas a chuva é esperada...

    Agora, como a chuva "está por vir", se a chuva "não vem"?

    Pra mim, a chuva também será passageira.... e ela "não está por vir", porque ela irá passar muito rapidamente, e passará logo...

  • 1) Começam a cair uns pingos de chuva. 2) Os meninos olham para o céu cinzento


    A - a chuva não caiu ainda, está no futuro. Alternativa deslavada;

    B - Sim, os primeiros pingos começaram a cair; CORRETA

    C - Embora eles foram fazer outra coisa, persiste o fato que a chuva está vindo e que os meninos a querem. Olham para o céu para ver algum sinal e o céu está cinzento;

    D - Não vejo indicativo, mas toda chuva é passageira. O verão passa, agora diga quanto às chuvas. Alternativa vaga/vazia;

    E - Olhando para o céu, podem estar medindo a nuvem e o tempo da chuva, o tom de cinza e a intensidade da chuva. E o texto não indica desgosto para com a chuva. Que a alternativa supõe. Já que o trecho citado também não cita a falta de espera, não poderia ser esta a alternativa correta.

  • Assinalei a alternativa E, e eu acredito que identifiquei o meu erro nesta questão. Não devo especular, deduzir,criar espúrias, conjunturas o que não está escrito no texto, e sim me basear nas informações ali supracitadas... Só!

     

     

    Questãozinha para induzir o candidato a viajar na maionese.

  • discordo do gabarito.

    "os meninos esperam em vão"

    sinal que a chuva não vem.

     

  • "Começam a cair" ora, mas se ja começou a cair então não está por vir!

  • Esse parágrafo mostra que a chuva tem mais de um sentido?

    ESTÁ POR VIR e SERÁ PASSAGEIRA?

  • Assertiva B

    B

    está por vir.

  • rebato a tese do caríssimo willians, com a seguinte argumentação: aparentemente, pelo que é possível extrair do texto, os jovens residem em uma área de extrema seca, logo, a chuva é esperada sim (e muito). Acreditei piamente desde o início que a chuva seria passageira, pois, logo, viram que aquela chuva não daria em nada e foram realizar outras atividades. Obrigado!

    Ps.: RODO, toda certeza é meu ovo!

    Bons estudos.

  • Fundamento. Explico.

    Questão passível de anulação.

    Malgrado os estupendos comentários, penso que a assertiva correta é a letra (e), dado que neste trecho confirma que a chuva não virá:

    - Os meninos olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem).

    O enunciado da questão remete às informações do primeiro parágrafo, ou seja, do parágrafo inteiro e não somente dos trechos: Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros… e Os meninos olham para o céu cinzento.

    Não se duvida, pois, que se a pergunta fosse para considerar somente esses trechos, o gabarito seria a letra (b), mas não foi o caso.