SóProvas


ID
1246315
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

As informações do texto mostram que, na cidade da autora,

Alternativas
Comentários
  • Contraditório ao texto :"Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
    nem as borboletas percebem..."

  • letra e:

    o texto diz:

    "Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes".

    "Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
    igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem 
    pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!"

    ou seja, ainda ha enchentes.


  • A questão pede "na cidade da autora". Se houve indício de contradição ou dúvida, siga a informação mais próxima, que diz;

    "Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes".


    Sem muito esforço...


    E depois: "Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
    igualmente transformadas em rios". Há igrejas, mas não há prece.

  • e)as enchentes ainda acontecem

     

     Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes
    a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do 
    Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu 
    caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias 
    as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes 
    e o povo a pedirem a misericórdia divina.

  • " Os meninos esperam em vão pelas poças d’água onde pulariam contentes. " esse trecho me fez pensar q n chove mais.....................

  • Assertiva E

      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas

    igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem

    pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!