SóProvas


ID
1246324
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

A expressão “um céu de pedra”, no penúltimo parágrafo do texto, está empregada em sentido

Alternativas
Comentários
  • "Tudo é apenas calor e
    céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
    coisas liam, outrora..."


    Não entendi pq indica a possibilidade de uma chuva intensa se há a seguinte afirmação "tudo é apenas calor" demonstrando que não há chuva. Entendi que haveria apenas uma ameaça de chuva!

    Alguém entendeu assim tb?
    =/
  • Também pensei.

  • O período incia com "Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali,.... é possível perceber que estão aguardando a chegada da chuva e ao olharem para o céu, percebem "um céu cinzento, um céu de pedra", o que nos leva a concluir que esta com nuvens carregadas e que a chuva é iminente.

    resposta C

  • descartamos a alternativa A e D. então nos restaram: B,C e E. A alternativa B termina com:..chuva leve e PASSAGEIRA. E a alternativa E, termina com:...uma chuva RÁPIDA. Por tanto são palavras sinônimas. Então nos restou apenas a letra C.

  • Gente, mas pensem comigo se na questão 6 a resposta é que a chuva será passageira... E os meninos olham para um céu cinzento...

    Por que nesta questão, que também esta falando em céu cinzento e de pedra,  a chuva será intensa? Me ajudem não entendi a questão 

  • Temos que perceber o contexto com o último parágrafo:

     “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
    entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

    Este final que demonstra a possibilidade de uma chuva intensa.

  • Aline boa noite.

    Creio eu que a expressão "céu de pedra" está ligada a uma provável chuva intensa, já que no texto na sequência se fala:" onde os sábios e avisados tantas coisas liam, outrora..", ou seja, vem chuva ae rsrs.

    O colega João Soares matou a charada no comentário anterior ao seu.

    No último parágrafo fala-se em "...tormenta" ou tempestade.

    Boa sorte amiga.

  • A própria banca te induz ao erro colocando alternativas tão semelhantes e tão contraditórias ao texto.... 

  • Ao falar em "pedra", eu penso em um minério grande, pesado, escuro.

    Ao se falar "céu de pedra", me vem à cabeça nuvens pretas, muito carregadas, enormes, que tomam uma enorme proporção no céu, em outras palavras, vem chuva intensa por aí.

  • como pode indicar a possibilidade de chuva intensa se:  Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
    nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
    poças d’água onde pulariam contentes. Não entendi. ??

  • "Os meninos esperam em vão pelas
    poças d’água onde pulariam contentes."

     

    Aonde que isso me permite assinalar "Chuva intensa"? Aff

    Examinador maluco.

  • Acertei a questão por que voltei no texto "  Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham 
    cabelos soltos, que despencam as flores das cercas"..., pois no final do penúltimo parágrafo faz menção a outrora.

  • PELO QUE ENTENDI É A LETRA C, PORQUE É A UNICA QUE DEMONSTRA SÓ POSSIBILIDADE( PODE ACONTECER OU NÃO) NO CASO CHUVA INTENSA. A RESPOSTA "B" INDICA CERTEZA DE UMA CHUVA LEVE E PASSAGEIRA.( QUEM GARANTE QUE VAI SER ASSSIM). A LETRA "E" TMBEM INDICA CHEGADA DE CHUVA RÁPIDA.(QUEM GARANTE QUE VAI SER RÁPIDA).

  • Que texto horrível. Questão sem pé e sem cabeça.

  • Errei essa questão pessoal. Mas tentando entender onde estava a pegadinha. O AFFONSO também percebeu. Veja o final do texto, onde a autora pede ajuda para algumas pessoas consideradas santas, e no final, pede para livrá-la da TORMENTA. 

    Mas se não se atentar, infelimente, cometemos erros. Vamos em frente. 

  • Assertiva C

     “um céu de pedra”, = figurado, indicando a possibilidade de uma chuva intensa.