SóProvas


ID
1250071
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-PA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nossas palavras

Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém empina papagaio e corta o adversário “no gasgo". Não sei se no universo das pipas, lá fora, ocorrem os mesmos e magníficos embates que se verificam aqui, “cortando e aparando" os adversários.adversários.

Outra situação: personagens estão jogando uma “pelada" enquanto outros estão “na grade". Quem está na grade aguarda o desfecho da partida, para jogar contra o vencedor, certamente porque espera fora do campo, demarcado por uma grade. Vai explicar…

E aqueles dois bebedores eméritos que “bebem de testa" até altas horas? Por aqui, beber de testa é quase um embate para saber quem vai desistir primeiro, empilhando as grades de cerveja ao lado da mesa.

Penso que o uso das gírias - palavras bem locais, quase dialeto, que funcionam na melodia do nosso texto - é parte da nossa criatividade, uma qualidade da literatura brasileira. Quanto a mim, uso pouco, aqui e ali, nossas palavras. Procuro ser econômico. Mesmo assim, vou respondendo aos e-mails. Ele me diz que, enfim, está tudo pronto.

(Edyr Augusto Proença, http://blogdaboitempo.com.br, 26.07.2013. Adaptado)

O autor, ao se referir aos e-mails trocados com o amigo que está traduzindo seus romances, sugere que a tradução

Alternativas
Comentários
  • Conforme o texto, no 1 paragrafo - Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele.

  • (E)
    Na verdade ele deixa evidente que sem conhecer a cultura do escritor, o tradutor pode encontrar dificuldades.

  • "Penso que o uso das gírias - palavras bem locais, quase dialeto, que funcionam na melodia do nosso texto - é parte da nossa criatividade, uma qualidade da literatura brasileira ."

    Na verdade, o autor afirma no último paragráfo que o uso de palavras locais, serve para criar uma harmônia entre significados, buscando traduzir com palavras locais e que as pessoas se identifiquem, como seria se os romances tivessem sido escritos por um nativo da França.

  • O texto deixa claro apenas que o tradutor é um "amigo lusitano", com exceção da alternativa (E), as opções estão extrapolando o texto.

  • Assertiva E

    envolve, além do domínio do idioma, o conhecimento da cultura retratada no texto original.