SóProvas


ID
1252462
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEDF
Ano
2014
Provas
Disciplina
História
Assuntos

      No Brasil, as duas aspirações - a da independência e a da unidade -- não nasceram juntas e, por longo tempo ainda, não caminharam de mãos dadas. As sublevações e as conjunturas nativistas são invariavelmente manifestações desconexas da antipatia que, desde o século XVI, opõe o português da Europa e o do Novo Mundo. E mesmo onde se aguça a antipatia, chegando a tomar colorido sedicioso, com a influência dos princípios franceses ou do exemplo da América inglesa, nada prova que tenda a superar os simples âmbitos regionais.

            Sérgio Buarque de Holanda. A herança colonial - sua desagregação. In: História Geral da Civilização Brasileira. Tomo II, O Brasil Monárquico. 1.º volume, O processo da Emancipação. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, p. 9 (com adaptações).

Considerando o fragmento de texto acima e o processo histórico ao qual se refere, julgue o item que se seguem.

O autor defende o argumento de que o processo de separação política do Brasil, ocorrido em 1822, não foi um movimento marcado por um sentimento nacional unificado.

Alternativas
Comentários
  • Correto. Pois nas províncias da Bahia, Cisplatina, Maranhão, Piaui e Pará haviam tropas portuguesas leais à Corte, sendo responsáveis por guerras de resistência à independência.

  • "...nada prova que tenda a superar os simples âmbitos regionais."

     

    Na última linha do texto, temos a resposta.

  • GAB : CERTO

    A Independência do Brasil em 1822 foi um projeto arquitetado pelas elites, muitas delas ligadas ao antigo sistema colonial e mesmo que havia muitos portugueses entre os arquitetos da Independência. Ora, o fato é que o sentimento nacionalista era algo pouco concreto e, se existia, era discreto e prematuro. A questão ressaltada é que a Independência do Brasil não foi um movimento impulsionado pelo sentimento de ser brasileiro, uma vez que não havia algo que fosse capaz de unificar o imaginário nacionalista de norte a sul do Brasil, até mesmo por causa da vastidão do território, mas talvez mais por causa da falta de produtos culturais específicos que fossem capazes de tecer um imaginário nacional para a comunidade brasileira. Um fato que atesta isso é a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, com o intuito de produzir uma historiografia brasileira que fosse capaz de perpassar o imaginário dos brasileiros e criar um sentimento nacionalista, pois este não havia, e que permitisse a um nortista se dizer brasileiro tanto quanto um carioca que transitava próximo à Quinta da Boa Vista e via hasteada a bandeira imperial.