“Hoje é domingo, pé de cachimbo”, eu cantava, quando era pequeno, e me vinha à cabeça uma árvore de madeira escura, com pencas de cachimbos pendendo das pontas dos galhos, prontos para serem colhidos e fumados. Fiquei um pouco desapontado, lá pelos dez anos, ao descobrir que o certo era “pede” cachimbo. Corrigi a música, mas o domingo, não: pra mim, ele continua sendo esse quadro pintado por Magritte e Dalí, com sua frondosa oferta de descanso e generosa sombra de melancolia.
(Antonio Prata, Pé de cachimbo. Folha de S.Paulo, 28.07.2013. Adaptado)
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Com a expressão “lá pelos dez anos”, o autor faz