A
questão aborda o tema: diferenças e convergências entre as administrações
pública e privada. Ela pede, respectivamente, uma característica econômica da organização pública e uma característica sob o aspecto político da organização
privada. Analisando as respostas temos o que se segue:
Na
letra A), a “maior autonomia gerencial”, não é uma caraterística “econômica”
das organizações e por isso já podemos descartar a alternativa. Acrescento
apenas que a autonomia gerencial pode estar presente tanto em organizações
privadas quanto públicas. No primeiro caso, empresas com estrutura matricial constituem
gerentes de projeto com maior autonomia em um empreendimento específico. No
caso das organizações públicas, o contrato de gestão, inovação das reformas
administrativas da segunda metade nos anos 90, oferece maior autonomia na
gestão dos recursos públicos para o atingimento de um resultado pretendido.
Na
letra C), a orientação para o lucro é uma característica econômica das organizações
privadas. Mas a questão pede uma característica sob o aspecto político para
este tipo de organização. Portanto a alternativa também está errada.
Na
letra D), temos outra alternativa errada. A “rentabilidade vital para a
sobrevivência” é uma característica econômica das organizações privadas e não
das públicas. O Estado não vai à falência e seu tempo de existência é
indeterminado. Com relação as organizações privadas, a sobrevivência depende da
eficiência organizacional e da competitividade acirrada no mercado.
Por
sua vez, a letra E) as organizações públicas são afetadas por forças externas –
basta refletir sobre o sufrágio universal e mesmo sobre as manifestações contra
e pró governo. Porém, mais uma vez, esta não é uma característica econômica.
Outra coisa, organizações privadas também são afetadas por forças externas –
vide planejamento estratégico/análise SWOT.
Por
fim, a alternativa B), é a resposta da questão. O “produto em grande parte não
[é] mensurável”, ou seja, o resultado da atuação do governo, muitas vezes não
pode ser medido como no setor privado. O tamanho do governo, sua amplitude de
atuação e os seus objetivos sociais - atrelados às funções “Saúde”, “Educação”,
“Segurança”, etc, - são de difícil medição. No entanto, não se trata de ações
voltadas para manipulação de dados ou falseamento dos resultados; trata-se de
dificuldades ligadas à natureza das atividades desempenhadas pela administração
pública. Neste sentido, Grateron (1999) ao tratar dos sistemas de controle de
gestão governamental apresenta como problema principal a dificuldade de mensuração
“do custo das entradas (inputs), da
qualidade das saídas ou serviços (outputs)
e dos efeitos ou benefícios advindos (outcomes).”
Além da “dificuldade de mensurar os objetivos sociais de um programa ou
atividade pública”, o autor apresenta uma segunda dificuldade: a de mensurar “os
efeitos favoráveis ou desfavoráveis derivados de outro programa ou atividade”. Quanto
à “autonomia decisória”, de fato é uma característica, sob o aspecto político,
muito mais afeto às organizações privadas se tomarmos como referência a
estrutura decisória do governo - Decisões mais lentas, influenciadas por variáveis
de ordem política. Nas organizações privadas, com suas Políticas Empresariais
voltadas para objetivos de mercado, as decisões precisam ser mais rápidas. Seja
para não correr riscos em um mercado competitivo, seja para aproveitar uma
janela de oportunidade.
Bibliografia:
GRATERON, Ivan Ricardo Guevara. Auditoria de
gestão: utilização de indicadores de gestão no setor público. Caderno de
Estudos, São Paulo, FIPECAFI, nº21 - Maio a Agosto/1999.
PALUDO, Augustinho Vicente. Administração Pública:
teoria e questões. 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
SOBRAL, Filipe. Administração: Teoria e prática no
contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
RESPOSTA: B
PROF. CLAUDINEY SILVESTRE DO QC:
a alternativa B), é a resposta da questão. O “produto em grande parte não [é] mensurável”, ou seja, o resultado da atuação do governo, muitas vezes não pode ser medido como no setor privado. O tamanho do governo, sua amplitude de atuação e os seus objetivos sociais - atrelados às funções “Saúde”, “Educação”, “Segurança”, etc, - são de difícil medição. No entanto, não se trata de ações voltadas para manipulação de dados ou falseamento dos resultados; trata-se de dificuldades ligadas à natureza das atividades desempenhadas pela administração pública. Neste sentido, Grateron (1999) ao tratar dos sistemas de controle de gestão governamental apresenta como problema principal a dificuldade de mensuração “do custo das entradas (inputs), da qualidade das saídas ou serviços (outputs) e dos efeitos ou benefícios advindos (outcomes).” Além da “dificuldade de mensurar os objetivos sociais de um programa ou atividade pública”, o autor apresenta uma segunda dificuldade: a de mensurar “os efeitos favoráveis ou desfavoráveis derivados de outro programa ou atividade”. Quanto à “autonomia decisória”, de fato é uma característica, sob o aspecto político, muito mais afeto às organizações privadas se tomarmos como referência a estrutura decisória do governo - Decisões mais lentas, influenciadas por variáveis de ordem política. Nas organizações privadas, com suas Políticas Empresariais voltadas para objetivos de mercado, as decisões precisam ser mais rápidas. Seja para não correr riscos em um mercado competitivo, seja para aproveitar uma janela de oportunidade.