SóProvas


ID
1266793
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II - Maracatu Atômico

Atrás do arranha-céu, tem o céu, tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva, tem a chuva, tem a chuva
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las

No meio da couve-flor, tem a flor, tem a flor
Que além de ser uma flor, tem sabor
Dentro do porta-luvas, tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras e tão afiadas se esqueceu de pôr

Nelson Jacobina e Jorge Mautner; do CD Eu Não Peço Desculpas, de Jorge Mautner e Caetano Veloso (fragmento)


Embora seja característico do uso coloquial brasileiro e esteja sendo incorporado à língua literária, deve ser evitado na escrita formal, o emprego do verbo que se constata em:

Alternativas
Comentários
  • O verbo ter não pode ser usado no sentido de existir

  • Teria de ser usado o verbo Haver. O verbo ter só será usado em sentido de Posse.

  • Quando olhei a questão me lembrei na hora do poema "No meio do caminho tinha uma pedra" de Carlos Drummond de Andrade. O poema data pouco depois da Semana de Arte de Moderna, em 1922. Drummond - como bom modernista -, ao escrever “tinha uma pedra no meio do caminho”, utilizou-se da fala popular, esquivando-se da Gramática padrão, já que o verbo “ter” não deve ser usado no sentido de “existir, ocorrer, acontecer”. No seu lugar, se Drummond quisesse utilizar a norma culta, deveria ter usado o verbo “haver”: havia uma pedra no meio do caminho ou ainda o verbo existir: existia uma pedra no meio do caminho. O verbo "ter", é claro, foi usado ali de maneira proposital. Soa natural a intimidade do verbo "ter" quando o que se exprime é um “drama interior”. Este poema gerou grande polêmica na época.

  • Gab. A

    E depois tem outro céu sem estrelas