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http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/25crise_tireotoxica.pdf
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A crise tireotóxica (CT) constitui uma exacerbação aguda do
estado hipertireóideo e representa o grau máximo de expressão clínica da
tireotoxicose. É uma condição rara e fatal, se não diagnosticada rapidamente.
O tratamento adequado da crise tireotóxica é feito com
combinação de medicamentos e medidas de suporte (oxigênio, hidratação venosa,
reposição de eletrólitos, antipiréticos e compressas frias). O tratamento deve
ser feito em uma unidade de tratamento intensivo.
A temperatura corpórea deve ser mantida abaixo de 38°C,
podendo-se utilizar compressas e toalhas úmidas, paracetamol, acetaminofeno e
meperidina. Não se deve usar aspirina (salicilatos), pois esta droga compete
com o T3 e o T4 na sua ligação com as globulinas transportadoras (TBG), o que
elevaria a concentração desses hormônios na circulação na forma livre que é a
mais ativa.
Diuréticos e digitálicos podem ser necessários nos casos de
falência cardíaca como também oxigênio sob cateter nasal ou máscara e reposição
cuidadosa de fluidos corpóreos. Se for necessária sedação, o fenobarbital é a
droga de escolha, pois acelera o metabolismo periférico e inativa o T3 e o T4.
Pode-se administrar propiltiouracila (PTU) 1g oralmente ou,
após ser macerado, por sonda nasogástrica, e depois continuado com doses de
200mg a cada 6 horas. Pode-se associar o Iodeto de Sódio IV 500mg a 1g a cada 8
horas. Vários autores recomendam o uso de quatro doses de dexametasona 2mg IV a
cada 6 horas para ajudar a bloquear a conversão periférica de T4 para T3. O
tratamento com β-bloqueadores para controlar a taquicardia materna é reservado
geralmente para as gestantes com frequência cardíaca de 120bpm ou maiores.
Resposta C
Bibliografia
Maia AL, Scheffel RS, Meyer ELS. Consenso brasileiro para o
diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de
Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Arq Bras
Endocrinol Metab. 2013.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco:
manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora
do Ministério da Saúde, 2012.
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Gabarito: c) aplicação de compressas frias e a administração de antipiréticos, não utilizando salicilatos por estes agravarem o hipermetabolismo.
A crise tireotóxica constitui uma exacerbação aguda do estado hipertireóideo e representa o grau máximo de expressão clínica da tireotoxicose. É uma condição rara e fatal. Poder se desenvolver em pacientes hipertireóideos de longa duração, ela se manifesta mais freqüentemente associada a um evento agudo como: período pós-cirurgias, tireoidianas ou não, infecção, trauma, sobrecarga aguda de iodo, uso de drogas anticolinérgicas e adrenérgicas, gravidez, ingestão de hormônio tireoidiano, embolia pulmonar, cetoacidose diabética ou acidente vascular cerebral.
Medida prioritária: A Hiperpirexia deverá ser agressivamente corrigida.
Obs.: Evitando-se o uso de salicilatos, pois esses medicamentos podem aumentar a fração livre dos hormônios tireoidianos.