SóProvas


ID
1273864
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
BACEN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

O governo federal identificou que é fundamental para o crescimento econômico do país a construção de ferrovia ligando determinada região produtora de grãos ao porto mais próximo. Os estudos de demanda mostraram que o empreendimento não é viável economicamente para o setor privado, razão por que o governo decidiu adotar medidas para incentivar o setor privado a investir na construção e operação da ferrovia. Nas reuniões para a escolha da melhor forma de incentivar o setor privado, dois argumentos que se
destacaram são apresentados a seguir.
Argumento 1:
P1: O governo quer que a ferrovia seja construída, há necessidade de volumosos investimentos iniciais na construção e não haverá demanda suficiente por sua utilização nos primeiros anos de operação.

P2: Como há necessidade de volumosos investimentos iniciais para a construção da ferrovia e não haverá demanda suficiente por sua utilização nos primeiros anos de operação, a taxa interna de retorno do negócio será baixa.

P3: Se a taxa interna de retorno do negócio for baixa, os empresários não terão interesse em investir seus recursos próprios na construção e operação da ferrovia.

P4: Se o governo quer que a ferrovia seja construída e se os empresários não tiverem interesse em investir seus recursos próprios na construção e operação, o governo deverá construí-la com recursos da União e conceder a operação à iniciativa privada.

C1: Logo, o governo deverá construir a ferrovia com recursos da União e conceder a operação à iniciativa privada.

Argumento 2:
Q1: O governo federal constrói a ferrovia com recursos da União ou toma emprestados 70% dos recursos necessários à construção da ferrovia, via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a., e empresta ao empresário, via banco público de desenvolvimento, à taxa subsidiada de 3% a.a.

Q2: Se o governo constrói a ferrovia com recursos da União, remunera o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, que é de 16% a.a.

Q3: É menos oneroso para o governo tomar emprestado via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a. e financiar a construção à taxa subsidiada de 3% a.a, do que remunerar o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, de 16% a.a.

Q4: Se o governo empresta para o empresário 70% dos recursos necessários à construção da ferrovia, à taxa subsidiada de 3% a.a., então a taxa interna de retorno do acionista no negócio supera sua taxa mínima de atratividade.

Q5: Se a taxa interna de retorno do acionista no negócio supera sua taxa mínima de atratividade, então o empresário tem interesse em investir seus recursos próprios em parte da construção e na operação da ferrovia.

C2: Logo, se é menos oneroso para o governo tomar emprestado via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a. e financiar à taxa subsidiada de 3% a.a., do que remunerar o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, de 16% a.a., então o governo toma emprestados 70% dos recursos necessários à construção da ferrovia, via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a., empresta ao empresário, via banco público de desenvolvimento, à taxa subsidiada de 3% a.a., e o empresário terá
interesse em investir seus recursos próprios em parte da construçãoe na operação da ferrovia.

Com referência aos argumentos hipotéticos apresentados, julgue o item seguinte, relativo à lógica sentencial.

O argumento 2 é não válido.

Alternativas
Comentários
  • Separando cada proposição, temos:


    A: O governo federal constrói a ferrovia com recursos da União

    B: O governo federal toma emprestados 70% dos recursos necessários à construção da ferrovia, via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a.,

    C: O governo federal empresta ao empresário, via banco público de desenvolvimento, à taxa subsidiada de 3% a.a.

    D: O governo federal remunera o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, que é de 16% a.a.

    E: a taxa interna de retorno do acionista no negócio supera sua taxa mínima de atratividade

    F: o empresário tem interesse em investir seus recursos próprios em parte da construção e na operação da ferrovia

    G: É menos oneroso para o governo tomar emprestado via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a. e financiar a construção à taxa subsidiada de 3% a.a, do que remunerar o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, de 16% a.a.


    Assim:

    Q1: A ou (B ^ C)
    Q2: A → D
    Q3:  G
    Q4: C → E
    Q5: E → F

    Conclusão:

    G → (B ^ C  ^ F)

    Sabemos que, se for possível termos uma conclusão falsa com premissas verdadeiras, o argumento será inválido. Se não for possível, argumento válido.

    Assim, para que a conclusão seja falsa, Q tem de ser verdadeiro, o que já deixa Q3 verdadeira, mas por outro lado, (B ^ C ^ F) deve ser falso. Logo, basta que um deles seja falso. 
    Então, verificando cada premissa, percebemos que se o “F" for falso, tendo também falso, a Q5 será verdadeira, mas a conclusão falsa. Logo temos um argumento inválido!

    Resposta: Certo.

  • GABARITO CERTO
     

    A: O governo federal constrói a ferrovia com recursos da União

    B: O governo federal toma emprestados 70% dos recursos necessários à construção da ferrovia, via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a.,

    C: O governo federal empresta ao empresário, via banco público de desenvolvimento, à taxa subsidiada de 3% a.a.

    D: O governo federal remunera o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, que é de 16% a.a.

    E: a taxa interna de retorno do acionista no negócio supera sua taxa mínima de atratividade

    F: o empresário tem interesse em investir seus recursos próprios em parte da construção e na operação da ferrovia
    G: É menos oneroso para o governo tomar emprestado via Tesouro Direto, pagando juros à taxa SELIC de 9% a.a. e financiar a construção à taxa subsidiada de 3% a.a, do que remunerar o capital do construtor segundo sua taxa mínima de atratividade, de 16% a.a.
     

    Assim:

    Q1: A ou (B ^ C)

    Q2: A → D

    Q3:  G

    Q4: C → E

    Q5: E → F

     

    Conclusão:


    G → (B ^ C  ^ F)

     

    Sabemos que, se for possível termos uma conclusão falsa com premissas verdadeiras, o argumento será inválido. Se não for possível, argumento válido.
     

    Assim, para que a conclusão seja falsa, G tem de ser verdadeiro, o que já deixa Q3 verdadeira, mas por outro lado, (B ^ C ^ F) deve ser falso. Logo, basta que um deles seja falso. 

    Então, verificando cada premissa, percebemos que se o “F" for falso, tendo E também falso, a Q5 será verdadeira, mas a conclusão falsa. Logo temos um argumento inválido!

  • mas não devem ser testadas todas as premissas? Por que só a Q5? Se alguma premissa desse F, o argumento seria válido...

  • Essa prova teve só questões de RLM né

  • Pegando emprestado o esquema da colega Julia Okvibes (legenda no comentário dela):

     

    Q1: A ou (B ^ C)

    Q2: A → D

    Q3:  G

    Q4: C → E

    Q5: E → F

    Conclusão:

    G → (B ^ C  ^ F)

     

    Pelo método da conclusão falsa, se você torna a conclusão falsa e, ao atribuir os valores para as proposições, surge alguma premissa falsa, o argumento será válido. Por outro lado, se a conclusão é falsa, porém, ao atribuir os valores, as premissas são todas verdadeiras, o argumento é inválido.

     

    No caso da questão, para a conclusão ser falsa, teríamos:

    G: verdadeiro

    B, C e F (ao menos uma delas falsa): vamos considerar somente B falsa.

     

    Substituindo temos:

     

    Q1: A ou (F ^ V)

    Q2: A → D

    Q3:  (V)

    Q4: V → E 

    Q5: E → (V)

    Conclusão:

    V → (F ^ V  ^ V) (F)

     

    Percebemos que Q3 e Q5 já serão verdadeiras independentemente do restante das proposições. Agora vamos atribuir V ou F às demais proposições de forma a deixarmos as premissas verdadeiras, se conseguirmos, teremos um argumento inválido (pois a conclusão é falsa).

     

    Então os valores serão os seguintes:

    A, D e E: verdadeiro

     

    Substituindo:

     

    Q1: V ou (F ^ V)  (V)

    Q2: V → (V)

    Q3:  (V)

    Q4: V → V (V)

    Q5: V → V (V)

    Conclusão:

    V → (F ^ V  ^ V) (F)

     

    Se deu tudo certo, o argumento é inválido.

  • Julia, pensei da mesma forma que você. O mais difícil dessa questão era de fato realizar essa estrutura que você montou e perceber que parte das proposições (premissas) se repetiam. Só acrescentaria um detalha à sua resolução:

    Para que F seja "falso", E também deve ser "falso", ou então o Q5 não seria válido, pois é o caso p -> q ( e nesse caso queremos que todas as premissas sejam válidas ). Seguindo o raciocínio, se E é "falso", C também deve ser falso. Isso é possível se em Q1, o A for "Verdadeiro", possibilitando tanto B quanto C serem "falsos".

    Acho que assim fecha o seu raciocínio, que foi muito bom!

  • questão muito trabalhosa na hora da prova creio que não vale a pena, achei o argumento invalido na primeira premissa e para chegar nela tem que resolver todas as outras.

  • deixaria em branco

  • Se saia. Láele. questão pra perder tempo.

  • Esse examinador fumou maconha...só pode. Uma questão enorme dessas é pra desestruturar qualquer um.

  • Questão para sugar o candidato, fiz a tabela e ainda errei.
  • Queria entender a necessidade do examinador fazer uma questão longa assim. Poderia elaborar algo muito melhor e produtivo em apenas duas linhas. Vai entender.

  • covardia da poha essa questão

  • essa questão não é p perder tempo nem aqui no QC. próxima. seeee sobrar tempo na prova vc fica brincando com ela sem compromisso

  • Gabarito:Certo

    Principais Regras:

    • 50% das questões é para você verificar se o argumento é válido ou inválido e 50% é para você achar a conclusão. O método de RESOLUÇÃO é o mesmo.
    • Às vezes, a banca coloca sinônimos, então atenção, pois 99,9% das questões que aparecerem sinônimos das palavras, você continuará resolvendo da mesma forma.
    • Como identificar se o argumento é válido ou inválido? Passos: 1) Transformar as frases em siglas; 2)A conclusão vai ser SEMPRE FALSA e as premissas SEMPRE VERDADEIRAS; 3) Solucionar; 4) Se ao final, você resolver tudo sem encontrar erro, o argumento será inválido e se encontrar alguma divergência durante a resolução, será argumento válido.

    Ex: A: Igor foi estudou e passou; B: Igor estudou; Conclusão: Igor passou;

    1) Transformar as frases acima em siglas ou termos reduzidos - eu coloquei a primeira letra de cada termo, mas você pode fazer do jeito que for melhor, mas o intuito é reduzir as frases, logo ficará:

    A (E ^ P); B (E); Conclusão (P)

    2) As 2 primeiras sentenças serão as premissas que colocarei o valor final de verdadeiro e a conclusão de falsa. Logo, ficará:

    A (E ^ P) = V; B (E) = V; Conclusão (P)= F

    3) Solucionar

    A única alternativa para solucionar é a premissa A. Logo ficará:

    A (V ^ F) = V ?

    No conectivo "e" quando se tem V ^ F, o final será Falso, logo ocorreu uma divergência.

    4) Divergência, logo argumento válido.

    • Já em relação as questões para achar a conclusão? O método descrito acima é aplicado, porém você deverá iniciar por sentenças simples, depois conectivo "e" e assim sucessivamente. Costumo dizer que é um pirâmide, a cada premissa resolvida, novas premissas serão abertas para você achar seu valor final. Geralmente existem diversas conclusões. CUIDADO: Exemplo: Premissa A: Carlos foi a festa; No momento que você identificar ao resolver que essa premissa é falsa, a conclusão trocará o valor semântico da frase, logo será "Carlos não foi a festa".

    FICA A DICA: Pessoal, querem gabaritar todas as questões de RLM? Acessem tinyurl.com/DuarteRLM .Lá vocês encontraram materiais produzidos por mim para auxiliar nos seus estudos. Inclusive, acessem meu perfil e me sigam lá pois tem diversos cadernos de questões para outras matérias. Vamos em busca juntos da nossa aprovação !!