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ID
128356
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Filmes sobre tribunais

Não são poucos os filmes, ou mesmo séries de TV, em
que a personagem principal é uma instituição: um julgamento no
tribunal, com júri popular. É verdade que em muitos desses
filmes há as preliminares das peripécias violentas, da ação
policial, da detenção e do interrogatório de suspeitos, mas o
clímax fica reservado para os ritos de acusação e defesa, tudo
culminando no anúncio da sentença. Que tipo de atração
exercem sobre nós essas tramas dramáticas?

Talvez jamais saibamos qual foi a primeira vez que um
grupo de pessoas reuniu-se para deliberar sobre a punição de
alguém que contrariou alguma norma de convívio; não terá sido
muito depois do tempo das cavernas. O fato mesmo de as
pessoas envolvidas deliberarem em forma ritual deve-se à
crença na apuração de uma verdade e à adoção de paradigmas
de justiça, para absolver ou condenar alguém. A busca e a
consolidação da indiscutibilidade dos fatos, bem como a
consequente aplicação da justiça, não são questões de
somenos: implicam a aceitação de leis claramente
estabelecidas, o rigor no cumprimento dos trâmites processuais,
o equilíbrio na decisão. Ao fim e ao cabo, trata-se de
estabelecer a culpa ou inocência ? valores com os quais nos
debatemos com frequência, quando interrogamos a moralidade
dos nossos atos.

É possível que esteja aí a razão do nosso interesse por
esses filmes ou séries: a arguição do valor e do nível de
gravidade de um ato, sobretudo quando este representa uma
afronta social, repercute em nossa intimidade. Assistindo a um
desses filmes, somos o réu, o promotor, o advogado de defesa,
o juiz, os jurados; dramatizamos, dentro de nós, todos esses
papéis, cabendo-nos encontrar em um deles o ponto de identificação.
Normalmente, o diretor e o roteirista do filme já
decidiram tudo, e buscam deixar bem fixado seu próprio ponto
de vista. O que não impede, é claro, que possamos acionar, por
nossa vez, um julgamento crítico, tanto para estabelecer um
juízo pessoal sobre o caso representado em forma de ficção
como para julgar a qualidade mesma do filme. Destas últimas
instâncias de julgamento não podemos abrir mão.
(Evaristo Munhoz, inédito)

É preciso corrigir deficiências na estruturação formal da seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • A questão está classificada errada. Acho que o certo seria Regência Verbal, vejamos:
    a) Ao se assistir a um filme, viver todas as situações nele representadas significa encarnar os papéis das diferentes personagens. (correto)
    O verbo assistir no sentido de ver é transitivo indireto.

    b) Pergunte-se a quem manifeste desprezo por esses filmes se quando os estamos assistindo como é difícil afastar deles a nossa atenção. (errado)
    Como vimos na alternativa anterior o verbo assistir é transitivo indireto, sendo assim a estrutura da frase seria: ...quando lhe estamos assistindo...

    c) Culpa ou inocência são polarizações a que estamos submetidos toda vez que julgamos o sentido moral dos nossos atos. (certo)
    O verbo submeter é transitivo indireto, portanto, está certo a preposição em "a que estamos"

    d) Deduz-se da leitura do texto que não são apenas as grandes obras de arte que merecem o esforço de nossa análise crítica. (certo)
    O verbo merecer é transitivo direto, portanto, fica sem preposição antes do pronome que.

    e) Interessa-nos observar bem as situações de um filme para podermos reconhecer a tensão íntima dos nossos próprios valores morais. (certo)