a)Distúrbios de percepção, linguagem e afeto, mesmo se considerados isoladamente, podem levar a um diagnóstico de esquizofrenia.
ERRADO. Não devem ser considerados isoladamente.
b)Os sintomas positivos da esquizofrenia têm a ver com diminuição ou perda das funções normais.
ERRADO. Sintomas negativos.
c)Em alguns casos, é difícil avaliar delírios bizarros em função das condições culturais.
CORRETO.
d)As alucinações visuais são as mais comuns nos quadros de esquizofrenia.
ERRADO. As auditivas são as mais comuns.
e)As alucinações hipnagógicas são consideradas especialmente importantes para o diagnóstico da esquizofrenia.
ERRADO. As alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas, isoladamente, não caracterizam a esquizofrenia.
As
síndromes psicóticas caracterizam-se por sintomas típicos como alucinações e
delírios, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como
fala e risos imotivados. E a principal forma de psicose, por sua frequência e
sua importância clínica, é certamente a esquizofrenia. Analisemos algumas das
características desse transtorno através da análise das questões a seguir:
A)
ERRADA. Existe uma série de critérios que devem ser atendidos em número e
frequência mínima para que se possa fechar o diagnóstico de Esquizofrenia.
Obviamente, isoladamente essas alterações não podem levar a tal diagnóstico,
pois também estão presentes em outros inúmeros transtornos, inclusive orgânicos.
Alterações da linguagem, por exemplo, ocorrem geralmente associadas a acidentes
vasculares cerebrais, tumores cerebrais, malformações arterio-venosas, etc.
B)
ERRADA. São os sintomas negativos das psicoses esquizofrênicas que caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento,
da linguagem, etc.) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e
social do indivíduo. Os sintomas positivos, ao contrário, são manifestações
novas, floridas e produtivas do processo esquizofrênico. Os principais são as alucinações,
ilusões ou pseudoalucinações auditivas (mais frequentes), visuais ou de outro
tipo; ideias delirantes, de conteúdo paranóide, auto-referente, de influência ou
de outra natureza; comportamento bizarro, atos impulsivos; agitação psicomotora;
idéias bizarras, não necessariamente delirantes; e produções linguísticas novas
como neologismos e parafasias.
C) CORRETA.
A bizarrice ou implausibilidade são dimensões do delírio esquizofrênico que
tratam do grau em que as crenças delirantes se distanciam das convicções
culturalmente compartilhadas pelo grupo social de origem do paciente, ou seja,
do quanto seu delírio se distancia da realidade consensual, do quão
implausível, impossível de suceder é o delírio. Portanto, seu diagnóstico
torna-se um pouco mais delicado sim, em razão da condição cultural que deve ser
necessariamente considerada.
D)
ERRADA. Alucinações visuais são visões nítidas que o paciente experimenta, sem a
presença de estímulos visuais e podem ser simples ou complexas. Podem ocorrer
tanto em estados normais e fisiológicos como em estados de adormecimento
(alucinações hipnagógicas) ou na fase de despertar do sono (alucinações hipnopômpicas)
e em estados de fadiga e de emoção intensa. As alucinações visuais simples ocorrem
em casos de enxaqueca, doenças oftalmológicas, sobretudo quando há perda total
ou parcial da visão, epilepsia e, eventualmente, esquizofrenia. Já as alucinações
visuais complexas se manifestam na narcolepsia com cataplexia (transtorno do
sono em que a atividade REM invade a consciência vígil), demência por corpos de
Lewy (DCL), doença de Parkinson com demência, delirium (sobretudo no delirium tremens
dos alcoolistas), esquizofrenia, demência vascular, doença de Alzheimer, doenças
oftalmológicas, intoxicação por alucinógenos. Alucinações auditivas, por outro
lado, são o tipo de alucinação mais frequente nos transtornos mentais, como a
esquizofrenia.
E)
ERRADA. Alucinações hipnagógicas, como dito, são alucinações auditivas, visuais
ou táteis, relacionadas à transição sono-vigília. Assim, não são incomuns
alucinações visuais (com pessoas, objetos, animais, monstros, etc.) que surgem
na fase de transição entre a vigília e o sono. Manifestam-se no momento em que
o indivíduo está adormecendo. Não são sempre fenômenos patológicos, podendo
ocorrer em pessoas sem transtornos mentais por isso não são grande importância
para o diagnóstico da esquizofrenia. Ocorrem caracteristicamente na
narcolepsia.
GABARITO: C