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ID
1298650
Banca
NC-UFPR
Órgão
DPE-PR
Ano
2014
Provas
Disciplina
Filosofia do Direito
Assuntos

“Intérpretes do Brasil” delimita uma categoria singular de intelectuais voltados à compreensão dos dilemas do país face à modernização peculiar e aos problemas históricos, quando comparados aos mesmos processos ocorridos nos países ditos “desenvolvidos”. Sobre essas interpretações do país, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • A) Incorreta. Trata-se de teoria que, ao revés da assertiva, valoriza o desenvolvimento econômico do país.


    B) Incorreta. Na indigitada obra, FHC (ou sua esposa, Ruth Cardoso?) pesquisa a dependência e desenvolvimento na América Latina, enfatizando as relações dos países com o mercado mundial. Ele entendia que a dependência do mercado global não impede o desenvolvimento econômico nacional.


    C) Incorreta. Para Caio Prado Jr., o problema é que a maior parte da população da colônia não consome o que esta produz, já que o que é produzido vai pra fora. Logo, a população tem um papel subalterno, é negligenciada. Assim, a nação brasileira deveria se voltar para atender as necessidades internas da população.


    D) Correta: Para Faoro, nossa política nacional nasceu das influências das elites tradicionais e da burocracia estatal e isso impede o favorecimento real da população. A política nasce das influências das elites e consequentemente favorece essas elites. Sérgio Buarque de Hollanda cita a cordialidade do homem rural brasileiro como impeditivo da modernização e Caio Prado Jr. alerta sobre a passividade da nação que produzia apenas para Portugal, e não para as necessidades da colônia. Logo, em todos eles é possível verificar uma mal de origem, qual seja, a colonização portuguesa como óbice à modernidade.


    E) Incorreta, pois é justamente o contrário: o homem cordial impediria o progresso, pois ele agiria por sentimentos, e não com racionalidade, acabando por favorecer amigos.


    "Quem resiste e insiste no front quer ver novo horizonte se levantar"

  • Tanto em Sérgio Buarque quanto em Caio Prado e Raymundo Faoro, é comum se deparar com a necessidade de enfatizar que muitos de nossos problemas são, na verdade, herança do período colonial português. Sérgio Buarque, por exemplo, na obra “Raízes", afirmava que “trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas idéias, e timbrando em manter tudo isso em ambientes muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra (Holanda, 1967).

    Maria Stella Bresciani (2002, P. 5), ao comentar a obra de Oliveira Vianna – contemporâneo de Caio Prado e Sérgio Buarque - destaca a convicção nesse autor, de que os problemas da sociedade brasileira “encontravam-se firmemente enraizados nos começos da vida colonial". Segundo ela, havia “Um mal de origem a ser desvendado e devidamente purgado por uma ação política consciente. Origem essa responsável pela herança colonial lusa e pela imperfeita identidade nacional, verdadeiros obstáculos à plena configuração do país como nação. Sua proposta de revisitar a história do Brasil, na certeza de que os problemas do presente encontravam-se em vícios de origem, foi compartilhada por vários intelectuais seus contemporâneos, autores que, como ele, se propuseram a re-apresentar esse percurso de 400 anos.

    A alternativa que contém a assertiva correta, portanto, é a “d".

    FONTE:

    BRESCIANI, Maria Stella Martins. O charme da ciência e a sedução da objetividade.

    Oliveira Vianna interpreta o Brasil. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp,

    2002. (Tese de Concurso para Professor Titular).

    HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Prefácio de Antonio Candido. 12a ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.

    RIBEIRO, Luiz Carlos. Cordialidade e civilização: A configuração civilizacional brasileira na obra de Sérgio Buarque de Holanda. Disponível em: <www.uel.br/grupo-estudo/.../portugues/.../LuizCarlosRibeiro.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2015.


  • Acertei porque estudei um pouco sobre eles no ensino médio, ambos viam falhas na formação histórica brasileira. O homem cordial para Sérgio era uma máscara para cobrir quem o brasileiro realmente é: individualista, desonesto, controverso. Caio Prado Jr em uma obra tambem falava que no campo econômico o brasil está atrsado, ainda no mesmo modelo escravista colonial (algo ruim para ele) e que precisava se revolucionar, algo assim