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ID
1307716
Banca
FCC
Órgão
MPE-SE
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E se perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

(Vinicius de Moraes. Livro de Sonetos, 2. Ed. Rio
de Janeiro, Sabiá, 1967)

Ao concluir o poema com o verso E ir conjugar o verbo no infinito..., o poeta indica que

I. o destino do ser humano é conjugar verbos como faz o poeta.
II. algo do ser humano permanece sempre, mesmo após a morte.
III. a conclusão do processo apresentado no poema é a eternidade.
IV. do homem, restam apenas as lembranças e o verbo no infinito.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I. o destino do ser humano é conjugar verbos como faz o poeta. Errado. Não, o destino do ser humano é esquecer tudo e viver um amor até morrer.
    II. algo do ser humano permanece sempre, mesmo após a morte. Certo. É a conjugação do verbo no infinitivo.
    III. a conclusão do processo apresentado no poema é a eternidade. Certo. A pessoa vive o amor até morrer e mesmo após isso a conjugação do verbo no infinitivo continua, por isso o autor usou a reticências.
    IV. do homem, restam apenas as lembranças e o verbo no infinito. Errado. O texto mostra um processo ciclico e infinito, não há que se falar em algo acabado, algo do passado para se tornar uma lembrança.

  • II. algo do ser humano permanece sempre, mesmo após a morte. 

    O que permanece até a morte é o amor, que será conjugado até o infinito.

    "E esquecer tudo ao vir um novo amor 
    E viver esse amor até morrer 
    E ir conjugar o verbo no infinito... "