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ID
1323358
Banca
FGV
Órgão
TJ-GO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

“A governança, enquanto um novo modelo de gestão pública, requer a concepção de estruturas e processos próprios, que se diferenciam, se é que isto é possível, de concepções tradicionais da gestão pública. A rede de governança modifica substancialmente as relações de poder entre o Estado e a sociedade” (Peci et al, 2008, p. 52). Assim, novos modelos de gestão da governança devem:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa A.


    "O ponto é que a governança, enquanto um novo modelo de gestão pública, requer a concepção de estruturas e processos próprios, que se diferenciam, se é que isto é possível, de concepções tradicionais da gestão pública. A rede de governança modifica substancialmente as relações de poder entre o Estado e a sociedade, tornando-as mais fluidas e deslocando-as, de fato, para o setor priva-do e o terceiro setor (por isso, a governança pode ser confundida com o neoliberalismo e, de fato, as diferenças ideológicas podem ser tênues). Assim, novos modelos de gestão da governança devem partir de diagnósticos locais, que levem em consideração a estruturação e a força de outros atores, como o setor privado e o terceiro setor."



    "O pluralismo dos modelos de governança faz com que o cidadão possa ser considerado e incluído, quando for o caso, em redes de políticas públicas enquanto cliente e enquanto cidadão. Entretanto, os modelos adequados de participação política devem levar em consideração os déficits institucionais e democráticos exis-tentes e devem se perguntar se o tecido institucional possibilita ou limita a representação. A análise é sempre localmente circunscrita, e os modelos em construção devem levar em consideração esses diagnósticos locais."


    BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos; SPINK, Peter (orgs.). Reforma do estado e admi-nistração pública gerencial. São Paulo: FGV, 2005, 6 ed

  • O modelo de governança leva em consideração a participação de outros atores sociais (sociedade, entidades não governamentais, conselhos, etc). Nesta concepção o Governo não trabalha sozinho, não define as políticas públicas e nem as implementa de forma individual.

  • a) correto
    b) adotar uma estrutura de governança vertical, é abrir mão da hierarquia.
    c) estimular a descentralização 
    d) participação de todos
    e) participação de todos 

  • PERSPECTIVA DE ÓRGÃOS E ENTIDADES


    É a vertente corporativa da governança no setor público, com foco nas
    organizações (ANU, 2012), na manutenção de propósitos e na otimização dos
    resultados ofertados por elas aos cidadãos e aos usuários dos serviços (CIPFA,
    2004).

     

    De acordo com a IFAC (2013), a função da governança é garantir que as
    ações das organizações estejam alinhadas com o interesse público.
    Por isso, considera importante:

    (a) a integridade, os valores éticos; (b) a abertura e o engajamento das partes interessadas; (c) a definição de resultados
    e de benefícios sustentáveis em termos econômicos, sociais e ambientais;

    (d) a definição de intervenções necessárias para potencializar e otimizar resultados e benefícios; e

    (e) o desenvolvimento das capacidades (das organizações, da liderança e dos indivíduos) necessárias àquele fim;

    (f) a gestão de riscos e de desempenho (sustentado por controles internos e instrumentos robustos de
    gestão das finanças públicas); e

    (g) a transparência e a accountability (possível por meio da implementação de boas práticas, como as relacionadas a prestação
    de contas e responsabilização).


    PERSPECTIVA DE ATIVIDADES INTRAORGANIZACIONAIS


    Governança sob a perspectiva de atividades intraorganizacionais pode
    ser entendida como o sistema pelo qual os recursos de uma organização são
    dirigidos, controlados e avaliados.


    Sob esta perspectiva, são analisados os processos decisórios, as estruturas
    específicas de governança e as relações intraorganizacionais, que visam, entre
    outras coisas, otimizar o uso de recursos, reduzir riscos e agregar valor a órgãos
    e entidades e contribuir para o alcance de resultados esperados por partes interessadas
    internas e externas à organização.


    São exemplos típicos da aplicação desta perspectiva: a governança de pessoal,
    de informação, de tecnologia, de logística, de investimentos, de orçamento
    e finanças, de regulamentações etc.

     


    RELAÇÃO ENTRE AS PERSPECTIVAS


    No setor público, entre as quatro perspectivas de observação (sociedade e Estado; entes federativos, esferas de poder e políticas públicas; órgãos e entidades e atividades intraorganizacionais) existe uma relação de interdependência e complementariedade.

     

    Assim, as estruturas de governança estabelecidas sob a perspectiva de órgãos e entidades devem estar alinhadas e integradas às
    estruturas existentes nas demais perspectivas. Similarmente, estratégia, políticas e iniciativas que afetem mais de uma organização devem ser coordenadas de modo a garantir a efetividade dos resultados.

  • PERSPECTIVA SOCIEDADE E ESTADO


    É a vertente política da governança pública, focada no desenvolvimento nacional, nas relações econômico-sociais, nas estruturas que garantam a governabilidade (capacidade de um sistema político de produzir políticas públicas que resolvam os problemas da sociedade) de um Estado e o atendimento de demandas da sociedade. Sob esta perspectiva, a governança pode ser entendida como “a maneira
    pela qual o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais
    de um país, visando ao desenvolvimento”.

    Engloba, portanto “as tradições e as instituições mediante as quais a autoridade é exercida
    em um país”. Nesse contexto, a governança tem por objeto de análise:

    (a) as estruturas democráticas;

    (b) os processos pelos quais os governos são selecionados, monitorados e substituídos;

    (c) a organização do Estado e a divisão de poder e de autoridade entre as instituições;

    (d) o comportamento ético dos governantes [representantes eleitos];

    (e) os instrumentos institucionais de controle (ex.: sistema de pesos e de contrapesos, controle social, órgãos de governança); e

    (f) o respeito dos cidadãos às instituições que governam a economia e o Estado.


    PERSPECTIVA ENTES FEDERATIVOS, ESFERAS DE PODER E POLÍTICAS PÚBLICAS


    É a vertente político-administrativa da governança no setor público, com foco na formulação, na implementação e na efetividade de políticas públicas; nas redes transorganizacionais, que extrapolam as barreiras funcionais de uma organização; e na capacidade de auto-organização dos envolvidos.
    A governança sob esta perspectiva trata de questões relacionadas:

    (a) à coordenação de ações; (b) ao exercício do controle em situações em que várias organizações estão envolvidas;

    (c) às estruturas de autoridade;

    (d) à divisão de poder e responsabilidade entre os diversos atores;


    (e) à alocação tempestiva e suficiente de recursos; enfim, e

    (f) à governança das ações, aqui entendida como a capacidade de o governo coordenar a ação de atores com vistas à implementação de políticas.


    Logo, pode ser definida como a habilidade e a capacidade governamental para formular e implementar, de forma efetiva,

    políticas públicas mediante o estabelecimento de relações e parcerias coordenadas entre organizações públicas e/ou privadas

  • Gabarito:

    Letra a) novos modelos de gestão da governança devem utilizar diagnósticos locais que levem em consideração a estruturação e a força de outros atores;

    A questão pede o entendimento da seguinte característica dos novos modelos de Governança Pública: a importância do diagnóstico da situação local. De acordo com Peci et Al:

     

    “O ponto é que a governança, enquanto um novo modelo de gestão pública, requer a concepção de estruturas e processos próprios, que se diferenciam, se é que isto é possível, de concepções tradicionais da gestão pública. A rede de governança modifica substancialmente as relações de poder entre o Estado e a sociedade, tornando-as mais fluidas e deslocando-as, de fato, para o setor privado e o terceiro setor (por isso, a governança pode ser confundida com o neoliberalismo e, de fato, as diferenças ideológicas podem ser tênues). Assim, novos modelos de gestão da governança devem partir de diagnósticos locais, que levem em consideração a estruturação e a força de outros atores, como o setor privado e o terceiro setor".

     

    F - b) ser elaborados verticalmente pelos representantes da administração pública federal;

     

    F - c) estimular a centralização e a padronização de diagnósticos;

     

    F - d) contar com menor participação do setor privado e maior participação do terceiro setor;

     

    F - e) contar com maior participação do setor privado e menor participação do terceiro setor.

     

     

    FONTE: Prof. Rodrigo Rennó, Estratégia Concursos.
     

  • ✿ A governança é a capacidade de implantar políticas públicas, ou seja, capacidade de oferecer serviços públicos aos cidadãos. Para que ocorra um serviço público eficiente e direcionado para a realização das necessidades deve ocorrer um diagnóstico específico de todos os fatos prejudiciais para que seja resolvido o mais rápido possível. Um dos modelos a serem utilizados seria os diagnósticos locais que descrevem os serviços públicos realizados, de forma a considerar todos os atores envolvidos.

    Os governos precisam diretamente da participação dos cidadãos na utilização dos serviços públicos fornecendo-lhe diversos feedbacks e mostrando a estruturação, a força e os diversos atores envolvidos na prestação de um serviço público de qualidade. Os governos são responsivos "quando promovem os interesses dos cidadãos, adotando políticas escolhidas pelos cidadãos" (Araújo; Gomes, 2006).

    ➥ Fonte: Prof. Heron Lemos - Estudo Dirigido para UFC – Vol 01 (Adm. Pública)