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ID
1336006
Banca
IADES
Órgão
EBSERH
Ano
2014
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

Para a abertura, observação e evisceração em monoblocos da cavidade toracoabdominal é utilizada a incisão biacrômio-esterno-pubiana. Em relação a esse procedimento, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • A questão avalia os conhecimentos do candidato em técnicas de necropsia.

    A) ERRADO. São retirados quatro monoblocos de órgãos vinculados anatomicamente e/ou funcionalmente, e não seis monoblocos.

    B) ERRADO. Na técnica de Rokitansky, os órgãos são abertos e examinados no próprio sítio anatômico, sendo posteriormente retirados de maneira isolada. Na realidade o enunciado faz referência à técnica de Ghon, em que os órgãos são removidos um a um e, em seguida, examinados fora do seu local anatômico.

    C) CERTO. A incisão submentoxifopubiana, embora mais prática, apresenta pior resultado estético após o fechamento da pele.
    Na incisão biacrômio-esterno-pubiana realiza-se uma incisão descendente, em forma de Y, que se inicia no ombro esquerdo, passando internamente aos mamilos até atingir o terço inferior da região esternal e, em seguida, ascende ao ombro direito. Aprofunda-se a incisão até encontrar o gradil costal, começando a dissecção por baixo dos planos musculares, em direção ao pescoço. O retalho cutâneo deve ser tracionado para cima e para trás. Ao abordar as clavículas, a dissecação passa a ser subcutânea, devendo-se alcançar a mandíbula e os acrômios. Deve-se ter cuidado para não lesionar a pele, mantendo o bisturi o mais vertical possível. Exposto o gradil costal, faz-se uma incisão mediana desde a margem inferior do corte anteriormente referido até o púbis, desviando da cicatriz umbilical, que tem de ser profunda o bastante para atingir a aponeurose e o peritônio, mas sem lesionar os órgãos subjacentes. Disseca-se a pele e seccionam-se os músculos da parede abdominal rente ao rebordo inferior do gradil costal de ambos os lados, exibindo-se toda a cavidade abdominal. Os órgãos precisam ser examinados antes de eviscerados para que sejam observadas possíveis mudanças na sua posição e relação, presença de aderências, fístulas, deiscência de suturas, abscessos, peritonite etc. Depois de retirados, não há mais como avaliar a maioria dessas alterações, ou ter certeza de que já existiam antes e não foram provocadas pela própria evisceração (no caso de rupturas, por exemplo).

    D) ERRADO. A abertura da cavidade toracoabdominal é pré-requisito para a extração dos quatro monoblocos da técnica de Ghon. A alternativa não menciona quais órgãos seriam extraídos, sendo vaga e incorreta.

    E) ERRADO. Geralmente, a técnica de necropsia utilizada em fetos, recém-nascidos e lactentes é similar à que se emprega em indivíduos adultos, com algumas variações.
    Na técnica de Virchow, os órgãos são removidos um a um e, em seguida, examinados fora do seu local anatômico. A técnica mencionada na alternativa é a de Ghon, que envolve métodos de evisceração em monoblocos vinculados anatomicamente e/ou funcionalmente.

    Gabarito do professor: Alternativa C.

  • C) CERTO. A incisão submentoxifopubiana, embora mais prática, apresenta pior resultado estético após o fechamento da pele.

    Na incisão biacrômio-esterno-pubiana realiza-se uma incisão descendente, em forma de Y, que se inicia no ombro esquerdo, passando internamente aos mamilos até atingir o terço inferior da região esternal e, em seguida, ascende ao ombro direito. Aprofunda-se a incisão até encontrar o gradil costal, começando a dissecção por baixo dos planos musculares, em direção ao pescoço. O retalho cutâneo deve ser tracionado para cima e para trás. Ao abordar as clavículas, a dissecação passa a ser subcutânea, devendo-se alcançar a mandíbula e os acrômios. Deve-se ter cuidado para não lesionar a pele, mantendo o bisturi o mais vertical possível. Exposto o gradil costal, faz-se uma incisão mediana desde a margem inferior do corte anteriormente referido até o púbis, desviando da cicatriz umbilical, que tem de ser profunda o bastante para atingir a aponeurose e o peritônio, mas sem lesionar os órgãos subjacentes. Disseca-se a pele e seccionam-se os músculos da parede abdominal rente ao rebordo inferior do gradil costal de ambos os lados, exibindo-se toda a cavidade abdominal. Os órgãos precisam ser examinados antes de eviscerados para que sejam observadas possíveis mudanças na sua posição e relação, presença de aderências, fístulas, deiscência de suturas, abscessos, peritonite etc. Depois de retirados, não há mais como avaliar a maioria dessas alterações, ou ter certeza de que já existiam antes e não foram provocadas pela própria evisceração (no caso de rupturas, por exemplo).