Gabarito A.
O primeiro presidente eleito democraticamente na história do Egito, Mohamed Morsi, assumiu o governo do país em 30 de junho de 2012. Morsi inicialmente prometeu um "novo Egito" e, para isso, prometeu fazer a economia do país deslanchar. Morsi foi candidato pelo partido Irmandade Muçulmana.
Entretanto, a expectativa de que a eleição de Morsi daria continuidade à Primavera Árabe e ampliaria a democracia no país não se confirmou. A decisão de Morsi, em novembro de 2012, de aprovar um decreto que ampliava seus poderes levou muitos analistas a criticarem o mandatário egípcio e o acusarem de "matar" a revolução que estava em curso no país. Ao aprovar uma medida que impedia que qualquer pessoa desobedecesse a seus decretos, o presidente Morsi "traiu os ideais da Primavera Árabe" e poderia até mesmo se transformar em um novo ditador, como o era Mubarak.
Segundo Morsi, seus poderes presidenciais seriam limitados a assuntos de soberania e de proteção das instituições egípcias. Ele disse também que o decreto seria mantido para "proteger a revolução", apesar de várias lideranças da oposição, entre eles o Nobel da Paz, Mohamed El Baradei, e organizações de ativistas de direitos humanos terem protestado para que o decreto fosse cancelado. Todavia, manifestações anti-Morsi aconteceram no Cairo, Alexandria, Suez, Minya e outras cidades ao longo do delta do Nilo. Na praça Tahrir, berço da revolução e de protestos contra Mubarak, comícios contra o presidente continuaram. A Irmandade Muçulmana, partido de Morsi, por sua vez, organizou manifestações em apoio ao presidente.
Em meados de 2013, uma multidão de pessoas tomou as ruas de diversas cidades no Egito. Os protestos levaram os militares a advertir o presidente Morsi de que iriam intervir e impor o seu próprio caminho, caso ele não atendesse às demandas populares dentro de 48 horas e pusesse fim à crise política. Com a aproximação do ultimato, Morsi insistiu que ele era o líder legítimo do Egito, desafiando o Exército. Ele avisou que qualquer iniciativa para depô-lo à força poderia lançar o país no caos. Porém, o que ocorreu foi que o Exército depôs Morsi. Com as ruas ocupadas por manifestantes contrários a Morsi, os militares anunciaram a deposição de Morsi e a criação do governo interino. Desde então, violentos conflitos vem ocorrendo entre militares e populares.
Fonte: Prof. Rodrigo Barreto