SóProvas


ID
1353085
Banca
FUNCAB
Órgão
SEMAD
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                              Verdade ou mentira
      Verdade ou mentira, o que eu vou contar aqui é meio esquisito e merece ser lido com alguma atenção. [...]
      Por mais impressionante que seja a história,procure controlar os nervos. [...]
      Houve uma mulher que amou um amor de verdade.
      Por mais estranho que pareça, foi isso que me contaram exatamente.
      Um dia ela conheceu um homem, então descobriu que seu amanhecer já não era o mesmo, e os dois trocaram juras eternas, e, o que é mais fantástico ainda, essa mulher, pelo que consta, amou mesmo esse homem, só a ele,muito e sempre.
      Parece que ele não era especialmente bonito,rico nem inteligente, era boa gente apenas e (segundo fontes seguras) tinha um sorriso engraçado.
      Ela também era uma pessoa normal (pelo menos aparentemente) e só apresentou esse comportamento estapafúrdio em toda a sua vida.
      Os motivos que levaram essa mulher a amar tanto esse tal homem, de forma tão descabida e excessiva, nunca ficaram provados.
      Primeiro levantaram a hipótese de um surto de loucura passageiro. (Um atestado de insanidade resolveria a questão sem a necessidade de uma análise mais apurada.)Não era. [...]
      O fato foi tomando proporções maiores à medida que o tempo passava e o amor daquela mulher não diminuía. [...]
      Houve quem apostasse que aquele amor todo era mentira da mulher, com a clara intenção de aparecer na mídia. [...]
     A mulher foi ficando meio assustada com aquela agonia de gente e flashes de repórter, confere daqui, examina de lá, até que acabou fugindo,coitada.Aquilo já estava impossível.
      O homem ficou muito triste, é óbvio, por perder um amor assim tão interessante.
      Há quem garanta que até hoje ele passa o dia bebendo na esquina e chora constantemente.
      Dela, nunca mais se teve notícia.Possivelmente se auto exilou em algum lugar ignorado.


                       FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta,2003. p. 43-44. (Fragmento)

A função da linguagem predominante nesse texto literário, de Adriana Falcão, é:

Alternativas
Comentários
  • Resposta:

    d) poética.

  • Não entendi. Alguém pode me explicar por quê?

  • Também não entendi, alguém ajuda ai ?

  • Parte-se do princípio de que quando o texto está mais fulcrado em como dizer e não no que dizer, nesse texto predomina a função poética. 

  • A função poética decorre da intenção do autor de expressar sua mensagem de forma pouco usual, valendo-se de rimas, ritmos, jogos de imagens, etc. Busca deixar o seu texto mais bonito, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. 


    Se eu não vejo
    a mulher
    que eu mais desejo
    nada que eu veja
    vale o que
    eu não vejo
    (Daniel Borges)


  • Acertei a questão, mas confesso que, se houvesse a opção função Referencial/denotativa, eu a teria marcado. Mas compreendi que no caso, o foco foi dado mais em como a mensagem era dada, com poucas, mas algumas rimas e uso de vocábulos não comuns.

  • Não vi nada de poética!!

  • Como estava na terceira pessoa, não marquei emotiva. Mas achei que o texto fosse sobre a autora, por isso tive mais dúvida quanto a função emotiva. Concordo com quem agradeceu a Deus por não ter função referencial na resposta. 


    É poética por querer descrever um amor verdadeiro como quem conta um fato extraordinário. Muitas vezes a autora conta como quem faz fofoca: segundo fontes segura, aparentemente, foi isso que me contaram. A poesia está em, sem percebermos, tratar o amor como algo extraordinário.
    É, se queremos gabaritar precisamos dessa sensibilidade na hora da prova. Bons estudos.Fiquem com Deus.