"Lacan, em “Duas notas sobre a criança”, dirigidas a Jenny Aubry (1969), indica que a criança responde ao que existe de sintomático na estrutura familiar, podendo se posicionar em duas vertentes: ou a criança responde ao que existe de sintomático na estrutura familiar e neste contexto seu sintoma representa a verdade do desejo parental; ou o sintoma corresponde à subjetividade da mãe, onde a criança é tomada como correlativo de um fantasma, obturando a falta onde se especifica o desejo materno, realizando a presença do objeto a na fantasia."
http://www.psi.puc-rio.br/silviazornig.html
Ana Beatriz Freire em “O lugar da
criança (entre a mãe e a mulher) ou “lalíngua, não por acaso, dita materna",
faz uma análise do artigo de 1969, “Notas
sobre a criança", no qual Lacan nos apresenta o sintoma da criança sob
duas maneiras. Primeiramente, representando a verdade do casal familiar.
Segundo Lacan, esse é o caso mais complexo, mas também o mais acessível às
nossas intervenções. É o caso do Pequeno Hans, cujas construções, sintomáticas
e da fantasia, são complexas, uma vez que se articulam à verdade do casal
parental. Por isso mesmo, possibilitaram a Hans responder às intervenções de
Freud. Já na segunda vertente, o sintoma decorre da subjetividade da mãe,
estando diretamente correlacionado à fantasia desta. É o caso da relação
criança/mãe sem mediação – mediação que segundo Lacan é normalmente assegurada
pela função do pai – que deixaria a criança exposta a todas as capturas fantasísticas,
fazendo com que o filho se torne “objeto" “pleno", saturado, da fantasia da
mãe.
GABARITO:
D