Logo após a formação de um reservatório, há aumento da riqueza de espécies de peixes devido à incorporação de diversos hábitats, que tende a diminuir à medida que o reservatório envelhece. Porém, os impactos a jusante de reservatórios parecem ser tão ou mais importantes que os de montante, devido a alterações no ciclo de cheias sazonais (controle de vazão). Estes efeitos são mais relevantes quando os reservatórios são construídos em cascatas. Barragens, então, causam profundas alterações na composição e estrutura das assembléias de peixes. As espécies mais afetadas são as reofílicas e aquelas que desempenham longas migrações e que precisam de diferentes tipos de hábitats para completar seus ciclos de vida. As populações dessas espécies podem, em certas circunstâncias, entrar em colapso ou mesmo desaparecer. As ações de manejo tomadas para minimizar os impactos das barragens historicamente incluem a construção de mecanismos de transposição e a estocagem, mas com resultados questionáveis e/ou claro insucesso na conservação da ictiofauna.
GAB A
A construção de barragens provoca alterações severas na hidrologia local, alterado o continuo do rio transformando-o de um sistema lótico para intermediário. Na área de influência do reservatório, há perda de lagoas marginais, canais, remansos, poções e corredeiras. Tais perturbações, aliadas a modificações na disponibilidade de recursos alimentares, terminam por reestruturar a composição de toda ictiofauna.
As alterações mais relevantes produzidas na ictiofauna pelo represamento do rio incidem sobre as espécies migradoras e endêmicas, tanto a montante quando a jusante. Após o represamento, a fauna de peixes a se estabelecer é primariamente dependente da fauna preexistente na área alagada.
Perturbações não cíclicas relacionadas à operação da barragem contribuem para a instabilidade na estrutura das comunidades, reduzindo a riqueza de espécies e o tamanho dos estoques naturais (AGOSTINHO et. al. 1999).
Outro evento que pode provocar mudanças na estrutura da comunidade ictíica, é a ausência de oxigênio dissolvido. Em alguns reservatórios, após o enchimento a anoxia localizada pode resultar no desaparecimento e mortalidade em larga escala da (TUNDISI & MATSUMURA TUNDISI, 2008)
Fonte: https://capacitacao.ead.unesp.br/dspace/bitstream/ana/74/4/Unidade_2.pdf