SóProvas


ID
1391152
Banca
FCC
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Calma, isso é só um filme...

    O menino estava morrendo de medo, tapando a cara para não ver a cena de terror na TV e o pai acudiu dizendo “Calma, isso é só um filme”. O que equivale a um “é tudo de mentirinha, seu bobo”. Bem que o filho poderia responder: “Mas o meu medo é de verdade!” - e estaria com isso reconhecendo o efeito vivo e material que as simulações, as representações e as simbolizações da arte e dos jogos têm sobre todas as criaturas.

    A convicção de que toda representação artística, por ser uma representação, é contrária a qualquer verdade, mostra-se muito bem, quando queremos escapar do poder real dos “fingimentos” da arte e apelamos para a “realidade do mundo” - como se esta só existisse numa autonomia plena, em si mesma, sem permitir se expressar de modo criativo. Quem se inicia, por exemplo, no universo mágico do escritor Guimarães Rosa, mergulhando no grande sertão cósmico-mineiro a que ele deu nova vida, em nova e surpreendente linguagem, e tem que suspender a leitura para ir ao mercado poderá pensar, na rua, invertendo a equação: “Mas isso é só o mundo...”

     Ao ouvirmos aquela sonata ou aquela canção especial, não deveríamos chorar, pois aquilo “é só música”. A ingênua alegação de que a arte é “só” arte, de que um símbolo é “apenas” um símbolo, pretende trabalhar contra nossa humanidade profunda, contra essa condição em que a disposição emocional se alia à nossa energia afetiva e inteligente, por vezes levando-nos num salto para a plataforma do sublime, esse estágio tão alto de beleza que parece não haver mais nada acima dele. Quando nos comovemos de verdade com qualquer manifestação artística, fica impossível acusar o artista de mentiroso: a linguagem que ele concebeu e que nos encantou passou a fazer parte da nossa verdade.


                                                                                                              (Paulo Carini do Amaral, inédito)

No 2o parágrafo, a referência ao escritor Guimarães Rosa justifica-se porque o autor deseja mostrar que

Alternativas
Comentários
  • A letra E está correta pelo final do 2°parágrafo, quando o leitor sai para o supermercado e se expressa: "Mais isso é só o mundo..."

  • Letra E. Tive a mesma visão do colega LAYDD. ;)

  • Letra E. Fomos 3 então...

  • Mas o que ele quis expressar com essa frase final?

  • Eis o mecanismo da questão:  "Quem se inicia, por exemplo, no universo mágico do escritor Guimarães Rosa, mergulhando no grande sertão cósmico-mineiro a que ele deu nova vida, em nova e surpreendente linguagem"

  • Quando menciona "CÓSMICO-mineiro", "deu NOVA vida", "NOVA e surpreendente linguagem", dá para perceber que ele não está falando da realidade em si, portanto, trata-se de invenções artísticas.

    E na passagem "Mas isso é só o mundo...", leva-nos a pensar que a pessoa que leu Guimarães Rosa ficou tão mergulhada no mundo fictício da história, que quando saiu pela rua e se deparou com a realidade, teve a mesma impressão que temos quando assistimos um filme de terror, ou seja, que tudo é de mentirinha.

    Bem, esse foi meu entendimento... espero que tenha ajudado a refletir. ;)

  • por esse final do parágrafo quem marquei letra A, por ser efêmero

  • Acho engraçado quando eu erro uma questão e a acho muito dificil, mas vem alguem nos comentarios dar uma explicação como se a questão fosse facilima...sinto-me muito burro nessas horas rs..

  • Concordo com o entendimento da Thairini Demartini.

    E  por isso, acredito que a letra 'A" está incorreta pelo final da alternativa "já que se apaga em contato com o mundo real."

  • Bicho, que viagem! kkkkkkkk

  • Acertei a questão de cara, pois viajo muito EM QUALQUER LEITURA...rs