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ID
1403251
Banca
FGV
Órgão
TJ-BA
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Lacan interessou-se pelo crime dos paranoicos e, inicialmente, pouco se afastou da concepção edipianista que prevalecia na época. Entretanto, alguns anos depois, no seminário sobre a angústia, Lacan propôs uma concepção na qual o sujeito se reduz a um objeto excluído ou rejeitado, como uma ruptura do quadro da fantasia em direção ao real. Nesse caso, o crime cometido pelo sujeito pode ser visto enquanto despojado de significação simbólica. Tal concepção é chamada por Lacan de:

Alternativas
Comentários
  • PASSAGEM AO ATO. (verificar literatura que embase a resposta)

  • Gabarito A

    Em seu seminário sobre a angústia, Lacan (1962-63) abordou a questão dos atos sintomáticos de forma bastante esclarecedora. A distinção que propõe baseia-se na posição do sujeito em relação à cena em torno do conflito. A passagem ao ato seria, segundo sugere Lacan, a queda do sujeito para fora da cena, interrompendo seu curso. O acting out, segundo propõe, seria a criação e sustentação da própria cena, em um nível de demonstração bastante intencional (mesmo sendo inconsciente).

    Lacan (1962-63) afirma que “o momento da passagem ao ato é o do embaraço maior do sujeito, com o acréscimo comportamental da emoção como distúrbio do movimento” (p. 129). Seria justamente a emoção, o afeto, a impulsionar o sujeito para fora da cena que vinha sustentando.

    A ideia do afeto como distúrbio do movimento faz sentido quando a reconhecemos inserida em um sistema em que não se pode ter recurso ao uso do símbolo. Ali onde não haveria palavra e não haveria sequer a possibilidade de sustentação da cena, adviria o movimento que livra o sujeito do embaraço em que se encontra, a passagem ao ato.


    Segundo Maria Cristina Bechelany Dutra, a passagem ao ato representaria “uma tentativa de cura realizada pelo sujeito que, diante de um encontro dessa ordem e não estando em condições de mobilizar um significante para temperar a perplexidade angustiante que o assalta, lança mão do ato como uma saída possível” (DUTRA, 2000, p. 55).

    Segundo sugere a autora, da impossibilidade de simbolização diante do afeto, o ato representaria o avesso do pensamento e da dúvida, fundando para o sujeito uma certeza; a certeza de sair da cena em que pode ser vista pelo Outro, afirmando que “a passagem ao ato é o movimento que consiste em separar a vida de sua tradução, de sua transposição no Outro. Ela representa este momento em que nenhum interlocutor e nenhuma mediação é possível (DUTRA, 2000, p. 52).


  • Questão passível de anulação. Qual a diferença entre passagem ao ato e acting out?