A Teoria da Cibernética divide-se em Cibernética de 1ª ordem e de 2ª ordem. A Cibernética de 1ª ordem se subdivide em 1ª e 2ª Cibernética.
A 1ª Cibernética trata dos processos morfoestáticos (manutenção da mesma forma), resultantes da retroalimentação negativa ou retroação autorreguladora, a qual conduz o sistema de volta a seu estado de equilíbrio homeostático, otimizando a obtenção da meta. Assim, trata da capacidade de auto-estabilização ou de automanutenção do sistema (Vasconcellos, 2010). Apresenta conceitos de input e output, enfatiza a presença do observador fora do sistema e como expert (objetividade), e a compreensão dos fenômenos ainda está arraigada à causalidade linear (estabilidade). Assim, nesta 1ª Cibernética emerge o pressuposto da complexidade, que reconhece que a simplificação obscurece as inter-relações e, portanto, busca-se contextualizar os fenômenos e explorar os sistemas dos sistemas, entendendo que não há uma causalidade linear e sim, circular (Vasconcellos, 2010).
Já a 2ª Cibernética trata dos processos morfogenéticos (gênese de novas formas), resultantes de retroalimentação positiva ou retroação amplificadora de desvios, amplificação que pode - caso não produza a destruição do sistema e se a estrutura do mesmo permitir - promover sua transformação, levando-o a um novo regime de funcionamento. Trata da capacidade de auto-mudança do sistema (Vasconcellos, 2010). Os conceitos de input e output persistem, mas aparece o conceito de feedback (criado por Wiener e Bigelow, como já mencionado anteriormente) e de causalidade circular retroativa e recursiva. Assim, aqui tem origem o pressuposto da instabilidade, o qual baseia-se na noção do mundo como em um processo de constante transformação, no qual há a indeterminação e, por isso, alguns fenômenos são imprevisíveis e irreversíveis, e, portanto, incontroláveis (Vasconcellos, 2010).
A Teoria Sistêmica tem suas origens na física quântica,
quando a visão de mundo passou da concepção linear-mecanicista de Descartes e
Newton para uma visão mais holística e ecológica, que busca compreender a
realidade em função de totalidades integradas, cujas propriedades não podem ser
reduzidas a unidades menores. Sendo assim, todo e qualquer organismo é uma
totalidade integrada e, portanto, um sistema vivo, onde o todo é sempre
diferente da mera soma de suas partes. Além disso, possuem natureza intrinsecamente
dinâmica, pois suas formas não são rígidas, mas flexíveis, embora estáveis, de
processos subjacentes. E esse aspecto dinâmico do sistema leva a conceitos como
“Cibernética" que estuda a comunicação e o sistema de controle dos organismos
vivos e também nas máquinas
O estudo da Cibernética divide-se em duas fases: primeira
ordem e segunda ordem. Aquela se interessa pela estabilidade a qual todo
sistema tem como meta, pelo mecanismo da homeostase, que são as estratégias de
ação dos sistemas e organismos para a manutenção dessa estabilidade.
Nesse sentido, o sistema cibernético é entendido como uma
máquina (seja ele de fato uma máquina, ou um organismo biológico, ou um sistema
social), que, tendo como propósito a estabilidade, opera na correção dos
desvios, de modo a manter-se apesar das mudanças do meio e sobreviver. Tal processo
é conhecido como retroalimentação negativa, ou morfoestase.
Numa aplicação mais voltada à clínica, quando surge um
sintoma, de acordo com a Cibernética de
primeira ordem, seria uma tentativa do sistema de voltar a ser o que era antes,
no sentido de autorregulação do sistema.
GABARITO: D