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Fases
A primeira (1974-1979) caracterizava-se pela investigação sobre determinantes econômicos, políticos e sociais da conformação de sistemas de saúde e formulação de alternativas. Entre os temas abordados destacavam-se: Estado e política de saúde; Sistema Nacional de Saúde; previdência; diagnóstico das condições sociais e de saúde; programas de saúde.
A segunda (1980-1986) envolvia a disseminação de propostas de reforma e aglutinação sociopolítica. Nessa fase apareceram temas como: extensão de cobertura, história da psiquiatria, prática médica, modelo assistencial – atenção primária da saúde, princípios da reforma, movimentos sociais, planejamento estratégico, diagnóstico dos serviços e programas específicos (criança, mulher e outros).
A terceira (1987-1990) caracterizava-se pelo ordenamento jurídico-legal dos princípios e diretrizes do projeto de reforma. Nessa fase apareceram os seguintes temas: cidadania, padrões epidemiológicos e desigualdades, financiamento, acesso e demanda aos serviços, descentralização, entre outros.
A quarta fase (1991-1998) buscava a definição do papel de cada esfera de governo e a elaboração de instrumentos para esse relacionamento, tendo a produção de conhecimentos voltada para os seguintes aspectos: reforma do Estado e ajuste, municipalização, Programa Saúde da Família (PSF), relação público-privado, promoção da saúde, distritalização/sistemas locais de saúde, seguridade social, controle social, modelos assistenciais e outros.
A última fase (1999-2000) analisada pelos autores voltava-se para a regulamentação do financiamento e para a organização dos modelos de gestão e de atenção da rede regionalizada de serviços. Nessa fase se mantiveram a produção científica sobre reforma do Estado/ajuste, financiamento, controle social, modelos assistenciais e relação público-privado, enquanto aparecem novos temas tais como: economia da saúde, saúde e meio ambiente, sistemas de informação, gestão de recursos humanos, tecnologia em saúde, processo de trabalho e outros.
Para fins de sistematização, poder-se-ia agregar uma 6ª fase (2001-2005) à periodização apresentada. Mesmo correndo o risco de simplificar, caberia ressaltar nessa fase a busca de estabilidade do financiamento (esforço para o cumprimento da emenda Constituição 29) e o desenvolvimento da atenção básica, com a expansão do PSF. A produção científica sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Reforma Sanitária se manteve, com destaque para recursos humanos, controle social, informações de saúde, descentralização, integralidade e eqüidade. Destacou-se também a expansão da economia da saúde com a realização de estudos sobre a chamada "saúde suplementar", financiamento, alocação de recursos e relação público-privado. Ou seja, a segmentação do sistema de serviços de saúde no Brasil entre o sistema público de saúde (SUS) e o mercado expressou-se, quantitativamente, na produção de PP&G.