Alternativas
No caso da gestão ambiental deve-se levar em consideração, segundo Leff (2006) , os esforços de complexização da análise estrutural a partir da categoria de Formação Econômico-Socioambiental (FESA), que surgiu no pensamento marxista como uma necessidade de subtrair as tendências economicistas, de forma que permita assim integrar os diversos processos que conformam uma unidade ambiental de ordenamento produtivo, embora pouco sustentável, dos recursos ou dos processos de reprodução e transformação social. A caracterização de uma FES deve servir apenas como uma categoria classificatória, uma vez que a articulação dos modos de produção seria o processo de elaboração teórica dá suporte material de seus processos produtivos, incorporando suas condições restritivas e seu potencial de oferta de valores de produção que conformam uma FESA. No entanto, além da FESA, Leff (2006) conceitua Formação Econômico Sociol (FES), declara que este conceito articula os processos tecnológicos e culturais que operam local ou regionalmente, com os aparelhos do Estado, os regimes políticos e os processos econômicos que operam em nível nacional, e com ordem econômica mundial que gera os padrões de valorização e uso dos recursos e que determina os processos de transformação socioambiental.
Quando se planeja sob o ponto de vista desenvolvimentista, as diretrizes, as propostas ou as medidas devem ser inseridas nos processos a participação da sociedade e o envolvimento das lideranças, bem como maior integração de planos regionais. O planejamento ambiental com interesse meramente econômico precisa ser reavaliado, pois, até então o acelerado desenvolvimento industrial passou a provocar graves conseqüências como, por exemplo: poluição, desigualdades sociais e também um acelerado crescimento da criminalidade, além do alto consumo.
De acordo com Santos (2004), nos anos 1970 e início dos anos 1980, a conservação e a preservação dos recursos naturais e o papel do homem integrado no meio passaram a ter função muito importante na discussão da qualidade de vida da população. Nesse período, os conceitos sobre planejamento, influenciados pelos estudos de impacto, sofreram uma reformulação na qual a questão ambiental foi amplamente contemplada. Surgiu então, nessa época, a tendência de elaborar planejamentos regionais integrados, que se resumiam na formalização do sistema de planejamento já existente, com elementos provenientes do meio natural ou antropizado analisados de forma interativa. O planejamento ambiental tem como papel importante o de orientar os instrumentos metodológicos, administrativos, legislativos e de gestão para o desenvolvimento de atividades num determinado espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos cidadãos, induzindo as relações mais estreitas entre sociedade e autoridades locais e regionais
De acordo com Santos (2004), o Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, se apresenta como um país com prioridade na industrialização. Nesse período, os governos brasileiros tiveram pouquíssima preocupação com o meio. No entanto, não se pode deixar de lembrar que a grande preocupação com o meio ambiente se deu já a partir da década de 1960, nos EUA, propagando-se para outros países e fazendo com que eles debatessem temas como avaliação de impactos ambientais, planejamento e gerenciamento ambiental, discussão essa que se consolida no Brasil no final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980.