Nesse sentido, as ações profissionais são dotadas de caráter educativo e se desenvolvem mediatizadas pelas políticas sociais que garantem o acesso aos serviços, programas e benefícios sociais (IAMAMOTO, 1999; YASBEK, 1999; SIMIONATTO, 1999; CARDOSO, MACIEL, 2000; ABREU, 2002; 2004).Na esteira desse pensamento, Cardoso e Maciel (2000, p.142)afirmam que a profissão “se institucionaliza e se desenvolve na sociedade capitalista como ação de cunho sócio-educativo, inscrita no campo político-ideológico, nos marcos institucionais das políticas sociais públicas e privadas”. Abreu (2002), aprofundando essa perspectiva com base no pensamento de Gramsci, afirma que as atividades desenvolvidas pelos assistentes sociais têm uma “função pedagógica”, cujo princípio educativo está condicionado pelos vínculos que a profissão estabelece com as classes sociais.A materialização dos resultados advindos dessa função e de sua direção pode ser observada nos processos de luta das classes subalternas, nas práticas de gestão de recursos humanos e também nas políticas sociais de caráter público ou privado. Portanto, no momento em que a profissão se redefine a partir do paradigma crítico-dialético e constrói seu projeto ético-político,firma-se um novo princípio educativo. Esse coloca em movimento, nos termos da autora,uma “pedagogia emancipatória”que, no contexto do processo histórico, visa a contribuir para subverter a maneira de pensar e de agir dos homens enquanto totalidade histórica e assim subverter a ordem intelectual e moral estabelecida no capitalismo.Diante dessas afirmações, pode-se dizer que discutir orientação e acompanhamento significa discutir o caráter educativo dessas ações, uma vez que interferem diretamente na formação de condutas e subjetividades de sujeitos que frequentam o cotidiano dos diferentes espaços sócio-ocupacionais do Serviço Social(VASCONCELOS, 2000).Nesse contexto,postula-se a orientação e o acompanhamento como ações de natureza socioeducativa que, como os próprios nomes indicam, interferem diretamente na vida dos indivíduos, dos grupos e das famílias. Movimentam-se no terreno contraditório “tanto do processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho”(YASBEK, 1999, p.90).