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ID
1412917
Banca
IBAM
Órgão
Prefeitura de Praia Grande - SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

CHEGA DE PRECONCEITO CONTRA O LUCRO

Instituições sem fins lucrativos são criadas para aproveitar oportunidades de captação de recursos ou isenções de impostos, geralmente para alcançar uma causa social não atendida pelo Poder Público.

A causa ê nobre, seja ela o assistencialismo, a educação ou os serviços a comunidades carentes. Com o crescimento desse setor, aumentam as solicitações para que a sociedade colabore com seus projetos de forma não remunerada, pois “não há fins lucrativos”

Há uma grave distorção nessa expectativa. Entidades sem fins lucrativos esperam que empresas forneçam seus produtos sem custo, assim como esperam que famílias sem dificuldades financeiras deixem de cuidar de seu futuro para amparar os fragilizados. Estamos criando uma insustentável cultura de tirar dos bem- sucedidos para assistir os desafortunados, como se o papel do lucro fosse ser distribuído à sociedade.

Empresas que geram resultados não deveriam dividi-los com os incapazes de erguer um negócio. Isso premia a incompetência. Somente quando os negócios produzem retornos maiores que o esperado (fruto do nvestimento em qualidade e tecnologia), os lucros excedentes podem virar filantropia.

Não é papel das empresas prestar serviços sem remuneração. O papel das empresas é prestar bons serviços, lucrar e investir seus lucros para que esses serviços sejam melhorados, mais empregos sejam gerados e mais impostos sejam pagos - essa é a ideia. Se o Estado é incapaz de fornecer a educação que ensine a pescar, cabe a ele usar sua arrecadação para sanar os problemas.

Quanto mais as famílias abrem mão de poupar para o futuro e praticam o assistencialismo, mais dependerão do governo para custear seu futuro. É um círculo perigosamente vicioso.

Quando me pedem para prestar um serviço sem fins lucrativos, subentendo que querem que eu trabalhe sem remuneração. Não faz sentido. Tenho fins lucrativos, com orgulho. Se meu trabalho cria valor, paguem o que ele vale. Quem não tem fins lucrativos é a instituição que contrata o serviço, não quem o presta.

Não ter fins lucrativos não deve credenciar ninguém a ser incompetente na captação de recursos. Prestar serviços para uma empresa sem fins lucrativos não deve ser uma caridade forçada. Lucrar, ou produzir resultados excedentes, é essencial para o crescimento de qualquer atividade. Devemos esperar das instituições competência técnica e gerencial para levantar fundos, administrar custos e pagar suas atividades sem corroer a capacidade produtiva da sociedade. Elas deveriam gerar resultados e reinvesti-los para que o atendimento a sua causa possa crescer. É tempo de lutar por mais profissionalismo nas causas sociais.

Gustavo Cerbasi, Publicado originalmente na Revista Época em 13/04/2013 disponível no site [maisdinheiro.com.br], consultado em 12/8/2013

A distorção a que o autor faz mencão no tercei­ro parágrafo refere-se:

Alternativas
Comentários
  • As perguntas tem muito erros

  • Na minha opinião a alternativa b também está certa.

  • Há uma grave distorção nessa expectativa. (...) Estamos criando uma insustentável cultura de tirar dos bem- sucedidos para assistir os desafortunados, como se o papel do lucro fosse ser distribuído à sociedade.

    Alt C - Ao avaliar que a função do lucro não é assistencialista.

  • Sulamita Mota, no entanto, não menciona nada sobre isto no 3º parágrafo.

  • Muito confusa essa questão...

  • Creio que a diferença nessa questão seja saber diferenciar "de acordo com o texto" de "infere-se do texto".

  • Na minha opinião, o Autor cita varias distorções, dos quais pode ser inferir ou ver no próprio texto que a B (poderia de longe ser um gabarito) e a C bem mais próxima do gabarito realmente.

  • Turma.. alternativa "B" extrapola ao texto, não misturem a opinião de vocês com o comando da questão, pois é isso que o examinador pretende, limitem-se ao comando do enunciado, somente!

    Gabarito correto, "C"!

  • Temos que olhar somente para o terceiro parágrafo como pede a questão. O trecho: "...como se o papel do lucro fosse ser distribuído à sociedade..." (mas não é) mostra a distorção a que se refere o autor. Foi como se tivesse dito: "o lucro não é pra isso..."

  • Correta letra C

    Há uma grave distorção nessa expectativa. Entidades sem fins lucrativos esperam que empresas forneçam seus produtos sem custo.... ----> isso é assistencialismo.

    Empresas que geram resultados não deveriam dividi-los com os incapazes de erguer um negócio. Isso premia a incompetência.... ------> o autor defende que lucros não deveriam ser divididos.

    Só pra relaxar um pouco

    Críticas: 1)O Autor vê uma distorção porque se mostra incapaz de perceber que o apelo a solidariedade é o que está por trás do fenômeno (exigência de menores custos).

    2) Como o Autor, liberal que é, vê-se impossibilitado de fazer uma crítica às entidades sem fins lucratívos, que de "sem lucro" não tem nada (os dirigentes constumam dividir os altos sálarios e empregar familiares e amigos)

    3) Deixando de avaliar os aspectos mencionados acima, que o exporia como autor liberal, passa a fazer uma crítica infantil, a qual poderia ser dita da seguinte forma: "O lucro é só meu, não quero dividir isso com ninguém, não me importo se você é pobre, se vire!"

    4) O Autor quer posar de sofisticado, por isso não quer brigar com seus irmãos que resolveram ganhar uma grana de forma diferente da que ele ganha, vendendo fórmulas pra ficar rico.

    5) Convenhamos, o pessoal do terceiro setor é muito mais convincente quando a questão é ganhar um dinheiro fácil, bem mais competente que o nosso autor, daí a insatisfação dele, disfarçada, mais não escondida.