Para Marx, o proletário não possuía uma ideologia. Apenas uma ideologia existia, a da classe dominante, que criava uma falsa consciência nos explorados a infraestrutura (relações sociais de produção) era base de toda ideologia, ou seja, de toda superestrutura. Como o proletário não possuía uma ideologia própria e não fazia parte e muito menos tinha voz no Estado. Para Marx, a mudança dessa realidade só poderia ser dada por um único caminho, uma revolução. Tal revolução deveria extinguir com todas as relações sociais de produção vigentes (já que este era o instrumento de dominação da burguesia), . Só assim a realidade iria mudar, alcançando um novo estado, o qual Marx categorizava por comunismo.
Com Gramsci, a teoria marxiana ganha uma nova dimensão: a superestrutura passa a ter importância antes mesmo da infraestrutura, o “proletário” possui ideologia, as relações sociais de produção perdem o espaço para a sociedade civil e a questão nacional passa a ser pensada, já que para Marx só importava as disputas entre as classes sociais. Sobre a sociedade civil, que representa uma esfera da vida social, é para Gramsci um conjunto de organismos vulgarmente ditos privados que correspondem a função de “hegemonia a que o grupo dominante exerce na sociedade” (igreja, escola, etc.). É na sociedade civil onde os lances decisivos ocorrem. Podemos definir aqui que Gramsci, opostamente a Marx, afirma que a ideologia dominante esta presente e é gerada na sociedade civil, e não nas relações sociais de produção.